Quem é Jesus, afinal?

Nesta época, apesar do espírito consumista vigente, as pessoas estão mais abertas para ajudar o próximo, ser solidárias e, em muitos casos, dedicarem-se à religião tradicional. É o “menino Jesus” representado e apresentado na televisão, nas decorações, na iluminação pública. Um Jesus indefeso, pequeno, singelo.

“E ele lhes disse: Mas vós, quem dizeis que eu sou?” (1) A pergunta que Jesus fez aos Seus discípulos continua a soar e a precisar de uma resposta de cada um de nós que O considera Mestre e Senhor.
Temos tendência para pensar em Jesus filtrando a concepção de Cristo através dos nossos próprios conceitos e preconceitos adquiridos ao longo da vida.

Com o passar dos anos coleccionamos peças do puzzle que construímos, pedaço a pedaço, criando o nosso próprio conceito de Jesus. MAS, a que fonte estamos a recorrer? Aquilo que ouvimos e pensamos precisa ser passado e repassado por aquilo que Ele diz e pensa.

O Evangelho não nos autoriza a criarmos um Jesus à imagem dos nossos desejos pessoais, mas ordena que nós nos façamos mais e mais à Sua imagem. Precisamos cada vez mais ser prudentes numa sociedade que coloca o homem no centro, desvirtuando os princípios morais de Deus e elegendo os valores relativos pessoais. O nosso conceito de Cristo não pode estar nem aquém nem além das Escrituras, quer seja em relação ao Seu amor quanto à Sua justiça, misericórdia e santidade.

Então, o nosso conhecimento não pode estar limitado a um sermão evangelístico light de domingo, permanecendo toda a semana praticamente desligados Daquele que deu a vida por nós. Saber quem Jesus é passa, necessariamente, por ler e meditar na carta genuína que Ele mesmo inspirou.

A certeza dos princípios bíblicos é-nos conferida pelo Espírito Santo quando, como uma semente em boa terra, a Palavra de Deus penetra até ao mais fundo do nosso ser. Esta é fortalecida pelo estudo contextualizado e sincero, procurando que a Palavra fale à nossa vida e não que diga o que nos é mais aprazível. A raiz de uma planta é a sua firmeza, tal como a Palavra de Deus é para nós segurança.

Precisamos ouvir, abrir e ler mais e mais a Bíblia. O amor à Palavra de Deus é o amor à nossa própria vida espiritual. Se temos amor próprio, então é normal que cultivemos no nosso coração o conhecimento de quem é Jesus.

Ele deseja que O conheçamos mais, não apenas na letra mas na prática, na acção em nós e através de nós. Por isso, o nosso quotidiano natural como cristãos deve ser o respirar do sobrenatural e o transpirar de adoração e louvor a Deus, assim como cada pensamento e atitude – seja ou não Natal.
 
Ana Ramalho
 
(1) Marcos 8:29
 
in revista Novas de Alegria, Dezembro 2007

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