A fome não está em crise

A crise passou do carro para o prato. Esbarrou nos ricos e nos pobres. O mundo atravessa um momento de tensão. Se há coisa que está em crescimento é a fome.

crise global
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (dados de Outubro de 2007), o número de pobres em Portugal chega aos dois milhões, ou seja, um terço da população entre os 16 e os 64 anos.1 Onde há pobreza, há fome.

Há alguns meses um amigo meu comentou acerca de alguns assaltos a apartamentos, numa pacata cidade portuguesa. O que levavam os ladrões? Comida. 

Na mesma altura, estava a decorrer em Roma uma cimeira da organização das Nações Unidas para a alimentação e agricultura (FAO). O alvo dessa reunião era discutir a crise alimentar que está a afectar os países mais pobres."Vemos os mercados cheios de produtos e gente que não tem dinheiro para os comprar", disse a directora do Programa Alimentar Mundial (PAM) Josette Sheeran. Segundo ela, os objectivos do PAM passam cada vez mais por dar as populações dinheiro em vez de alimentos.2

A fome aperta no mundo inteiro. Aquilo que devia ser básico para todos, acaba por ser o “luxo de alguns”.

A Outra fome
Mas se há fome física, é certo, também há fome da alma. Aí, novamente quem vence é a fome. O fastio da boca não aplaca a fome interior.

Pagamos para nos satisfazerem uns minutos, umas horas, mas acabamos insatisfeitos. O mercado do entretenimento não é suficiente para saciar-nos. O restaurante do luxo é efémero. Acabamos muitas vezes a pensar, no final do dia, quando acharemos uma fonte que nos satisfaça em pleno. De facto, sentimo-nos consumidores insaciáveis, e infelizes por isso.

O OUTRO PÃO
Deus olhou para a humanidade e ofereceu Aquele que pode satisfazer a nossa necessidade interior: Jesus. “O pão verdadeiro é uma pessoa: é aquele que foi enviado do céu por Deus e que dá a vida ao mundo. (...) Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá fome. Quem crê em mim nunca terá sede.” (João 10:33-35 – versão “O Livro”)

Jesus é um “banquete” oferecido pelo Pai para preencher o vazio interior de cada ser humano. Quem “prova” é saciado plenamente. Ele é a resposta total e eficaz para a fome espiritual de cada homem, de cada mulher. Jesus produz mudança, transformando o interior morto, numa nova vida, numa nova natureza.

Embora Jesus seja a única forma permanente de satisfação interior, somos convidados a recebê-Lo ou rejeitá-Lo, determinando a satisfação ou o sofrimento eterno. A escolha é sempre nossa. Essa fome pode terminar.

Ana Ramalho

1 diario.iol.pt, 30 de Abril de 2008
2  Público, 4 de Junho de 2008


in revista Novas de Alegria, Setembro 2008

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