"Não basta ter razão, é preciso ter votos"


Eu sei que as Eleições Europeias aconteceram há dois meses... Também não estou a fazer campanha para as Autárquicas. Mas gostei do slogan e percebi que ele tem mesmo razão!

Muitas vezes concordamos com as ideias dos outros, de modo tolerante, como manda o correcto proceder pós-moderno. Até chegamos a permitir que opiniões divergentes façam parte do nosso rol de princípios.
Ter “mente aberta” é tão saudável quanto ter raízes. Ou seja, precisamos ouvir e ver aquilo que se passa à nossa volta, e até dentro de nós, sem nos perdermos no meio de um labirinto de filosofias, religiões, espiritualidades, tradições e preconceitos – nossos e dos outros.
A nossa sociedade tem-se “perdido” e procura algum tipo de caminho, de luz, de liderança. Alguns falam de uma nova ordem mundial. Outros de “um homem” que seja motor da unidade internacional. A busca por uma direcção é real. Mas que direcção é essa?
Uma verdade sólida, permanente, absolutamente confiável. É disso que precisamos. Jesus disse ser essa verdade – não uma mera ideia vaga e mutante conforme o ambiente e a opinião pública. A verdade que nos aponta o caminho e nos dá a vida completa de que precisamos. “Tem razão” pode alguém dizer... e ficar por aí.
Lê-se a Bíblia. Percebe-se que Deus ama cada homem e mulher, independentemente da sua condição, e que deseja relacionar-se com cada um de nós. “Tem razão” pode alguém dizer... e nada mais acontece.
Uma voz cá dentro, diz que a vida é mais do que esta rotina. “Tem razão” pode alguém dizer... e tentar silenciar este sufoco interior com um copo, um ‘risco’, um momento, um escape qualquer.
Ouve-se a mensagem dos cristãos: o homem está separado de Deus, não se consegue aproximar d’Ele pelo seu próprio esforço, mas Jesus veio dar-lhe essa possibilidade de forma perfeita e completa. Só precisamos aceitar essa verdade e seguir Cristo. “Tem razão” pode alguém dizer... e ir à sua vida.
É tempo de decidirmos onde está “a” razão, “a” verdade que orienta, suporta e transforma a nossa vida. Só podemos atingir altos padrões de “qualidade de vida” se estivermos profundamente ligados à fonte dessa vida, à verdade inabalável que deseja tirar-nos da condição de meros ser viventes e transportar-nos para a posição de filhos de Deus, com tudo o que isso implica.
Eu não quero apenas concordar com Deus. Eu quero viver e crescer enraizada n’Ele... mas primeiro preciso, votando ou não, decidir se é desse lado que quero ficar.
Mais do que “fazer campanha” para ter razão, Deus deseja primeiro que O experimentes no âmbito pessoal, através de Cristo, e depois no âmbito comunitário, através da Sua igreja. Não Lhe dês apenas razão. Dá-Lhe a tua vida.
“Então não seremos mais como crianças instáveis, variando com facilidade de ideias e de sentimentos, influenciados pelos ventos de doutrinas várias que nos empurram ora para um lado ora para o outro, ao sabor de pessoas sem escrúpulos que astuciosamente procuram arrastar as almas para o erro. Em vez disso, seguindo a verdade em amor, que possamos crescer, em todos os aspectos da nossa vida, segundo Cristo, que é a cabeça da igreja” (Efésios 4:14 e 15, versão “O Livro”).


Ana Ramalho

in revista Novas de Alegria, Agosto 2009

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