Ai, como dói!*

Ir ao dentista nunca foi o meu desporto favorito. Não troco o meu sofá (eu pratico sofásport) pela cadeira que a minha médica dentista me oferece cada vez que lá vou.

Há pouco tempo parti dois dos meus belos dentes, comecei a ter dores e lá fui eu visitar a minha dentista. Podes ter a certeza que se não fosse a dor que comecei a sentir provavelmente iria ficar longe daquele consultório uns longos meses... e a situação dos dentes iria piorar.

É verdade que a dor não tem piada nenhuma – e quem já teve dores de dentes sabe bem do que estou a falar – mas é um alerta, um alarme natural do nosso corpo, que diz “Está alguma coisa mal! Vai ao médico!”

Eu tenho uma espécie de “dor no coração” quando faço algo que não está certo... Quando, por exemplo, respondo mal a alguém, fico com ciúmes de outra pessoa ou começo a substituir o tempo que devia dedicar a Deus por outras coisas menos importantes. Acende uma luz vermelha interior que me diz “Ana Ramalho, tens que resolver isso!”.

Quanto mais tarde eu parar para falar com Deus sobre o meu problema, pior vai estar a minha saúde espiritual. Aquela resposta errada vai seguir-se de 300 desculpas que dou para justificar a minha atitude. A ciumeira por aquele amigo ter mais reconhecimento do que eu vai levar-me a fazer a lista das 100 razões para dizer que sou melhor do que ele. A minha preguiça vai aumentando e vou-me “esquecendo” da importância de estar perto de Deus – e a minha vida é um espelho disso mesmo.

Deus sabe que falhamos e quer-nos ajudar a seguir em frente, mas Ele espera que, como bons alunos da escola da vida, possamos dizer-Lhe “Pai, perdoa-me! Eu sei que o que fiz não é bom para mim.”

O primeiro passo é mesmo reconhecer que estamos errados, assumir que precisamos da ajuda de Deus, mas Ele quer-nos levar mais longe. Ele quer-nos ajudar a mudar as nossas áreas mais frágeis – aquelas em que temos tendência para falhar. É um processo que envolve a meditação na nossa vida e na Sua Palavra, as conversas que vamos tendo com Ele em oração e o auxílio dos nossos manos e manas, que nos podem ajudar a pensar, que nos suportam com as suas orações [Importante: procura pessoas que tenham bom testemunho e uma intimidade saudável com Deus].

“E tenho a certeza de que Deus, que começou essa boa obra na vossa vida, vai completá-la até ao momento em que Jesus Cristo voltar.” (Filipenses 1:6)

Estou contigo!

Ana Ramalho



* em homenagem à minha dentista!

in revista BSteen, Junho 2011

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