Dores de cabeça

Para quem não sabe, a minha esposa e eu, temos um filho pequeno. É bastante engraçado, tem quase dois anos e nos últimos meses, lembra-se das coisas mais incríveis (e mais alucinadas que possas imaginar). Desde atirar peças de Lego pela janela fora, passando por se enviar dentro de caixotes, terminando em tentar subir estantes cheias de livros, é comum eu acabar a dizer “o meu filho dá-me umas dores de cabeça”.

Não o faço por mal, digo isso porque o amo imenso, porque quero o melhor para ele. E quero evitar que se magoe. Por vezes, acaba por se meter em sarilhos, sobretudo quando cai no chão ou se entala numa gaveta (onde por sinal, não deveria sequer estar a mexer). O facto é simples, quero preservá-lo e ajudá-lo, mas muitas vezes ele acaba por se ver aflito durante um bocadinho, seja lá porque motivo for…


Acredito que Deus funciona da mesma maneira connosco. Quer ajudar-nos, quer preservar-nos do que nos faz mal e do que nos magoa (Salmo 34:18). Mas muitas vezes, acabamos por preferir seguir o “nosso caminho”, com as nossas “regras” e fazer as coisas à “nossa maneira” (um bom livro da Bíblia sobre este tema é o de Jonas, dá-lhe um olho)! E quando nos entalamos numa gaveta grande ou batemos com a cabeça numa esquina dura, entramos em choque e começa a lamentação e o choro (pensando bem, experimenta também ler o livro de Juízes, vais ver como Israel batia e bem com a cabeça)...

É engraçado, como Deus por vezes coloca tantos sinais na nossa vida, que nos avisam para andarmos mais devagar, para não virarmos para aquele lado ou para não fazermos algo. No fundo, Ele quer evitar que tenhamos dores de cabeça. Sobretudo aquelas que são inúteis (sim, porque vamos ter dores de cabeça e chatices, Jesus já nos avisa sobre isso). Por isso, Deus usa tanto a Sagrada Escritura (2ª Timóteo 3:16), como o Espírito Santo (Atos 16:6,7) para nos dirigir; para não ficarmos a navegar à toa, para podermos viver em paz e de modo que agrade a Deus (Hebreus 12:14).

E Ele faz tudo isso, porque tem um amor enorme por nós! Um amor que não conseguimos comprar, que nos é oferecido por iniciativa d’Ele (Efésios 2:8). Mais do que eu amo o meu filho (e gosto mesmo muito dele), Deus ama-me a mim, ao meu filho, à minha esposa, à nossa família e por aí adiante…E ama-nos com um amor perfeito, puro e preocupado em dar-nos a mão quando caímos e a chamar-nos à atenção quando erramos.


Mas é porque Deus nos ama de uma maneira tão gigante, que enviou o único que viveu sem qualquer pecado, que morreu na cruz pelas nossas falhas e ressuscitou para que crendo n’Ele, tenhamos uma eternidade de riso e não de dores de cabeça.

Ricardo Rosa

in revista BSteen, setembro 2015

Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico


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