Livro de Josué

O livro de Josué (um dos espias que trouxe um relatório positivo sobre a terra de Canaã) narra-nos os acontecimentos relativos a Israel, após a entrada na Terra Prometida. É o seguimento histórico do Pentateuco, além de marcar uma nova fase na liderança do povo. Após Moisés, é Josué quem lidera e guia o povo na incursão e tomada de posse das terras às quais Deus os tinha guiado. O livro pode dividir-se em três blocos específicos.

No primeiro bloco, que compreende os capítulos 1 a 12, é relatada a conquista de Canaã, iniciando com a travessia do Jordão (1-4) e prosseguindo com a marcante tomada de Jericó (5:13-6:27). Este é um bloco importante, pois alude à importância da confiança em Deus e da nossa necessidade de levar a cabo a Sua vontade, sob a Sua direção e no Seu tempo. O contrariar da vontade divina, acarreta não raras vezes, consequências que podem ser desastrosas. Aqui pode ser tomado como exemplo o pecado de Acã (7), que desobedecendo a Deus, guarda uma parte do saque de Jericó para si mesmo. Esse ato tem consequências no mesmo capítulo (7:2-6), onde lemos o relato da derrota de Israel aquando da tentativa de tomar a cidade de Ai.



No segundo bloco (13-22), lemos essencialmente sobre a distribuição do território de acordo com as várias tribos (13-19), além da criação de seis cidades refúgio [locais onde a Lei é mantida e vivida, onde não existiria vingança pelas próprias mãos e onde qualquer acusado teria direito a um julgamento justo] (20) e de quarenta e oito cidades de levitas (21). 


No terceiro e último bloco (23-24), podemos ler dois discursos de despedida de Josué. No primeiro discurso existe um encorajar do povo para que cumpram a Lei e vivam com zelo perante Deus (23:6, 23:11), assim como a advertência devido à opção de não viver de acordo com o que Deus havia instruído (23:12-16). O seu último discurso é composto por uma componente histórica, na qual Josué reaviva a memória do povo sobre as suas origens, incluindo a chamada específica de Abraão e cumprimento da Sua promessa a ele (24:3). Josué leva ainda o povo a um novo memorial da sua obediência para com Deus, na terra de Siquém, com o erigir de um marco físico (24:14-27).


O livro termina com o registo as mortes de Josué e de Eleazar, filho de Arão, indicando que durante a sua vida, o povo viveu fielmente com e para Deus. 


Ricardo Rosa




in revista Novas de Alegria, dezembro 2015


Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico

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