Para quê?
É hoje uma das notícias do Jornal de Negócios:
Mais de metade da população adulta no nosso País admite não falar outra língua além do português. Os dados são do Eurostat e colocam Portugal como o segundo membro da UE onde há mais pessoas que não falam línguas estrangeiras.

Mas este tema levou-me a pensar noutro aspecto: a linguagem que nós cristãos usamos. Sejamos honestos e façamos o teste: se uma pessoa entrar pela primeira vez nalgum tipo de reunião ou celebração, será que conseguimos estabelecer uma comunicação relevante com ela ou é necessário a ajuda de um dicionário para nos entender?
Será que ao falarmos de assuntos religiosos mudamos de português para "espiritualês"? Estamos nós a esforçarmo-nos por, como Jesus, transmitir a mensagem numa linguagem contextualizada ou dizemos "Para quê?".
Desculpem o desabafo, mas a vida confortável que muitas vezes temos "dentro do saleiro" pode-nos levar a esquecer que os outros precisam ser alcançados, e que isso exige que cada um fale e seja compreendido. Traduzir a mensagem não significa seculariza-la ou "desbotar" a cor do pecado, simplesmente é dizer a mesma coisa de uma forma diferente.
Sim, a Palavra de Deus é poderosa. Sim, é o Senhor que dá o crescimento. Sim, é o Espírito Santo que convence. Sim, devemos falar a Palavra em amor. MAS os canais, os veículos, as ferramentas de Deus somos nós... temos a nossa parte, a nossa responsabilidade. Exige pensar? Sim! Exige olhar para fora da nossa zona de conforto? Sim! Exige estar próximo das pessoas, conhecê-las para poder transmitir a verdade? Sim! Exige mais disciplina espiritual e intimidade com o Pai? Sem dúvida...
Com tudo isto, espero que me tenham compreendido...
"Prefiro cinco palavras compreensíveis a dez mil numa língua estranha"
Paulo, patrono do Twitter
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