(As)sumir
Na
vossa cabeça estão a passar vários conceitos desde que leram o título... Pois,
assumo que a ideia era criar curiosidade, mas peço-vos que não sumam agora. Há
mais para dizer!
Podemos
viver anos na igreja por “obrigação familiar”. Passar fases em que pomos tudo o
que aprendemos – e defendemos com convicção - em causa. Iludir-nos, pensando
viver no limite entre o que nos faz bem e o que apenas nos sabe bem (digo
apenas, porque o que nos faz bem também pode saber bem, certo?).
Podemos
achar que Cristianismo são apenas ideias bonitas e frases feitas... mas querer
fazer parte do grupo porque, afinal, o pessoal crente até é fixe. Ter duas
caras, dois padrões de vida completamente opostos, mas achar que se
conseguirmos enganar toda a gente, não há problema (enganamo-nos a nós
próprios).
Sumir
ou assumir? Eis a questão...
Sumir
é desaparecer. É “bater com a porta” daquilo a que chamamos apenas tradição. É
deixar de procurar respostas e abandonar a fé em Deus. Dizer um “adeus” silencioso
ao grupo de jovens porque nos achamos hipócritas. É passar definitivamente para
o “outro lado” – adeus igreja!
Sumir
é o caminho mais fácil. Sabes porquê? Porque quando desistimos realmente de um
relacionamento com Deus, tudo ajuda. Até parece que, finalmente, estamos a
viver a vida, a ter liberdade... mas será que é mesmo assim?
Assumir
é o primeiro passo para mudar. Em toda e qualquer situação: seja dúvida, medo,
religião, vida dupla, brincadeiras perigosas, desilusão, mágoa, desinteresse...
Assumir
é mais difícil, porque pressupõe expormos a nossa fraqueza e, termos alguma
reacção. A primeira coisa a fazer é reconhecer a incapacidade para, sozinhos,
mudarmos a nossa vida, coração e comportamento doentio. Depois, procurar ajuda
em Deus, através do tempo que passamos com Ele e a Sua Palavra... mas também
junto de pessoas que tenham maturidade e conhecimento para me levar mais além.
O
processo de mudança é isso mesmo – um processo. Não acontece tipo “varinha
mágica”, embora possam existir momentos especiais que nos marcam no caminho
para a cura, o regresso aos braços do Pai, o deixar aquilo que nos aprisiona.
Acima
de tudo, Deus deseja ajudar-te a ser uma pessoa melhor, mais completa e
livre... A culpa, vergonha são barreiras. A ideia de que Ele tem “mais do que
fazer” do que te ajudar é uma completa mentira, que pode afastar-te não só de
resolveres os teus problemas, mas principalmente de conheceres pessoalmente e
profundamente Deus e a Sua vontade (que é boa) para a tua vida.
Deus
não quer que sumas do Seu caminho... mas quer caminhar contigo no processo de
mudança. E, tenho uma boa notícia, Ele não vai sumir no meio dos problemas, das
falhas que ainda vais cometer. Ele vai assumir o Seu papel de Pai amoroso e
perdoador. E eu sei do que estou a falar!
Estou contigo!
Ana Ramalho
in revista BSteen, Julho 2010
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