Q.I., Q.R. ou Q.A.?
“A Alemanha quer medir a inteligência
de candidatos a imigrantes. A par de uma boa formação e qualificação
profissional, o partido de Angela Merkel defende a realização de testes de
inteligência aos candidatos a imigrantes na Alemanha.
‘Devemos
introduzir critérios que sirvam verdadeiramente o nosso Estado’, explicou Peter
Trapp, membro da CDU, partido da chanceler. Como método de defesa, Markus
Ferber, também membro do partido, apresenta o exemplo do Canadá que ‘exige aos
filhos dos imigrantes um quociente intelectual mais elevado do que o das
crianças locais’.”1
Claro
que este assunto gerou polémica – e continua a gerar. Será que impor algum tipo
de filtro à imigração é correcto? Não estará o país que recebe as pessoas a tomar
uma atitude exclusivista, em que só alguns podem entrar – os que têm um Q.I.
mais elevado?
Quando
Jesus esteve fisicamente entre nós, veio inaugurar o Reino de Deus. Na época
foi acusado pelos religiosos de não se dar com aqueles que tinham um Q.R. suficientemente
digno. Cobradores de impostos (conhecidos por corruptos), pescadores pobres,
prostitutas, cidadãos não judeus, pessoas que não seguiam os dogmas farisaicos,
doentes considerados socialmente impuros, eram pessoas cujo quociente de
religiosidade (Q.R.) era muito baixo – senão nulo – e esses procuravam e rodearam
Jesus.
É
interessante que Ele nunca procurou ninguém para o Seu Reino pelo quociente de
inteligência ou quociente de religiosidade. Jesus tem outro tipo de exigências.
Ele veio para aqueles cujo Q.A. era suficiente. Pessoas que reconheceram que
tinham feito más escolhas ao longo da vida, que sentiam necessidade de ajuda,
cura, protecção, alívio e descanso da alma. Pessoas cujo quociente de
arrependimento era capaz de colocá-las com a postura certa: de joelhos,
reconhecendo a sua insuficiência para gerir as áreas fracas da vida, apagar os
pecados do passado, sonhar com um futuro – por mais simples que fosse.
Não
são o grau elevado de Q.I., nem a altivez do “Currículo religioso impecável”
que Jesus procura. Ele quer receber gente que reconhece a sua necessidade de
fazer inversão de marcha nos subúrbios tortuosos da vida. Pessoas desiludidas a
quem Ele possa dar a verdadeira esperança. Transeuntes descontentes com eles
mesmos, que encontrem a satisfação plena e suficiente n’Ele e através d’Ele.
Independentemente do passado, eles reconhecem que o presente é a oportunidade
de abraçar um estilo de vida diferente, que lhes garante o melhor dos futuros –
na companhia de Deus.
São
esses os cidadãos do Seu Reino, aqueles cujo Q.A. é o ponto de partida. Cuja
humildade, reverência e dependência do Rei se renova. Uma geração eleita por
Ele, para ser separada em total devoção ao Soberano do Reino, e relacionar-se
pessoalmente com o Senhor dos Senhores.
“Estas palavras de Pedro causaram
tanta convicção que o povo lhe disse a ele e aos outros apóstolos: Irmãos, que
devemos fazer? E Pedro respondeu: Cada um deve arrepender-se do seu pecado,
converter-se a Deus e ser baptizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos
pecados.” (Actos 2:37-38a,
versão “O Livro”)
Ana Ramalho Rosa
1 http://www.ionline.pt/conteudo/66821-alemanha-quer-medir-inteligencia-candidatos-imigrantes
in
revista Novas de Alegria, Julho 2011
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