Uma morte angélica
Ele era o sucesso em pessoa. Bastava olhá-lo. Era o
maior, e pensava que podia controlar tudo pela legitimidade adquirida numa
conta bancária com muitos zeros... à direita.
Faleceu...
sim, mas não teve uma morte angélica. O seu nome? Podia ser Angélico, Marco,
António, Luís... ou qualquer outro. Não sabemos. Quem nos contou a história não
se preocupou com esse detalhe. Sabemos, porém, o nome de outro homem que morreu
na mesma altura... não era o “pendura” do luxuoso meio de transporte do rico,
mas vivia pendurado na boa vontade e piedade do presunçoso magnata. Vejamos o
que nos contaram...
“Havia um rico que se vestia com fatos caríssimos e
todos os dias fazia grandes festas. Havia também um pobre, chamado Lázaro,
coberto de chagas, que costumava ir para a porta do rico, para ver se ao menos
comia as migalhas que caíam da sua mesa. Até os cães vinham lamber-lhe as
chagas.
O pobre morreu e foi levado pelos anjos de Deus
para junto de Abraão. O rico também morreu e foi enterrado. No lugar de
sofrimento, onde se encontrava, levantou os olhos e viu lá longe Abraão e
Lázaro com ele. Disse então em voz alta: ‘Pai Abraão! Tem compaixão de mim e
manda Lázaro molhar na água a ponta do dedo e vir refrescar-me a língua, porque
sofro horrivelmente neste fogo!’
Mas Abraão disse-lhe: ‘Lembra-te, meu filho, de que
em toda a tua vida só tiveste coisas boas, enquanto Lázaro só teve males. Agora
ele é consolado e tu atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós, de
modo que nem os de cá podem passar para lá, nem os daí para aqui.’ E o rico
exclamou: ‘Peço-te, pai Abraão, que mandes Lázaro a casa do meu pai. Tenho
cinco irmãos e se Lázaro lá fosse avisá-los já não vinham para este lugar de
sofrimento.’
Respondeu-lhe Abraão: ‘Para isso têm Moisés e os
profetas. Que lhes prestem atenção.’ Mas o rico retorquiu: ‘Não, pai Abraão. É
que se alguém, dos que já morreram, fosse lá falar-lhes eles arrependiam-se dos
pecados.’ Mas Abraão respondeu: ‘Se não fazem caso de Moisés e dos profetas,
também não acreditarão num morto que volte à vida’.”1
Se
esta reportagem surgisse em algum meio de comunicação com gosto pelo escândalo
ficaríamos de pé atrás... mas a história registada pelo Dr. Lucas veio da boca
de Jesus, a Verdade em pessoa.
Não
há uma opção intermédia: ou temos uma morte angelical ou uma morte infernal. O
rico viveu “com o rei na barriga” e teve uma recepção dolorosamente eterna.
Lázaro, por outro lado, passou por necessidades mas foi recolhido pelos anjos,
num percurso sem acidentes para a felicidade sem prazo. Quando algo corrompe o
nosso coração e toma o lugar de Deus, estamos a assinar a nossa passagem para o
destino pretendido, pois se não queremos viver com e para Deus nesta curta vida,
como poderemos querer fazê-lo eternamente?
A
Palavra de Deus e os Seus filhos são os principais meios que Ele oferece para mostrar
e proclamar ao mundo a mensagem de boas novas, de arrependimento, aceitando
Jesus como Aquele que pagou pelos nossos desvios, erros, pecados, falhas e
sendo transformados dia-a-dia por Ele.
Enquanto
respiramos, sentimos e pensamos podemos ser confrontados com estas duas opções:
viver com Deus ou sem Deus. Independentemente da nossa conta bancária, estrato
social, passado e presente, fama ou anonimato, é aqui e agora que o fazemos...
“E assim como está determinado que os
seres humanos morram uma só vez, e depois sejam julgados por Deus, da mesma
forma também Cristo morreu uma só vez, oferecendo-se a si mesmo em sacrifício
pelos pecados de muitos. E virá de novo, mas agora não para tratar do pecado,
mas para trazer salvação a todos aqueles que ansiosamente esperam por ele.” (Hebreus 9:27-28, versão “O Livro”)
Ana Ramalho Rosa
1 Historia
contada por Jesus em Lucas 16:19-31, versão “A BÍBLIA para todos”
in
revista Novas de Alegria, Setembro 2011
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