LATAN ZILEF?
Não se trata do nome de uma receita sueca,
muito menos de uma figura do mundo desportivo. Não parece mas, de certa forma,
andamos com esta frase na nossa boca constantemente por estes dias.
LATAN ZILEF é, nada mais nada menos, do
que a inversão da expressão “Feliz Natal”. Uma frase corriqueira que, pelo
passar dos anos, perdeu o seu verdadeiro significado, estando hoje
completamente invertido.
O LATAN ZILEF depende do subsídio, do
comprar o último gadget, das coisas
que se dão aos outros ou daquelas que se recebem. O LATAN ZILEF é empolado pela
ideia falsa de que se tivermos essas coisas, a nossa felicidade vai chegar...
mas, estranhamente, depois de possuirmos isto ou aquilo, o LATAN continua ZILEF
e não feliz.
O LATAN ZILEF coloca os Euros no centro
da história. Nem anjos, nem magos – o “eu” gira à volta do material, dá-lhe
adoração a cada instante... e a crise toma a roupagem de um Herodes que nos
quer tirar “a bênção”. O LATAN ZILEF retira por completo de cenário a festa
angelical pelo nascimento do Salvador. Antes, coloca os olhos noutras
identidades, para mendigar delas a alegria impossível de alcançar com o Euro
Milhões, o Bilhete da Lotaria ou outro meio qualquer.
O LATAN ZILEF é insaciavelmente
devastador. Ele remete-nos para a miséria que somos – a nossas limitações, a
nossa “mania” de usar mal os recursos que Deus nos dá, a nossa insatisfação
colossal tão errada quanto à idolatria do barro ou do ferro. Em contraste, os
pastores da História Feliz do Natal trazem-nos o bom exemplo da alegria
espontânea e do louvor genuíno de quem, não tendo muito, viu a maior riqueza de
todas – o Salvador – e pôde adorá-Lo.
A celebração do nascimento de Cristo
deve ser contínua em nós, tal como a meditação na Sua crucificação e a festa
pela Sua ressurreição. Deus ofereceu-Se em Cristo para pagar o preço das nossas
más escolhas – o nosso pecado. Um sacrifício para a nossa verdadeira
felicidade.
Nesta época, lembremos que Cristo
deixou o Céu para vir viver como nós e por nós, e sejamos agradecidos. Se Deus
nos deu o Seu filho, não nos dará tudo o que precisamos? Sim, se estivermos
dispostos a entregar-Lhe tudo o que somos e temos – todos os dias.
Quando colocamos Jesus no centro da
nossa vida, e procuramos honrá-Lo em todas as coisas, entendemos que, faça
chuva ou faça sol, Ele está mesmo a cuidar de nós através dos meios certos,
mesmo que inesperados – mas Ele está no controlo. Quando o dinheiro de papel ou
de plástico se torna o nosso objectivo de vida, Jesus e as pessoas são
simplesmente meios para alcançar o que queremos, como e quando queremos... isso
não produz felicidade, mas insatisfação crónica, uma dependência que pode
hipotecar a casa ou, pior, a nossa vida e família.
“Se
não for o Senhor a construir a casa, será inútil o trabalho dos operários. Se
não for o Senhor a guardar a cidade, não adiantará nada a vigília das
sentinelas.” (Salmo 127:1, versão “O Livro”)
Deus ensina-nos a saber esperar n’Ele,
a sermos bons mordomos do nosso dinheiro, honestos e trabalhadores, a sermos
generosos para com aqueles que precisam e, em todas as ocasiões, agirmos em
amor e por amor – aquele amor que só Ele pode plantar em nós quando nos
relacionamos com Ele, nos alimentamos da Sua Palavra e nos estimulamos uns aos
outros na igreja local.
Este é o tempo de sermos generosos, de
maneira justa e sábia, porque Ele é generoso connosco. É o tempo de sermos gratos,
pelo nosso trabalho se o tivermos, agradecidos a Deus e às pessoas que Ele usa
para nos dar sustento. Paulo é um exemplo a seguir. Da prisão, ele envia a sua
carta aos crentes em Filipos, e explica: “Aprendi
já a viver em todas as circunstâncias: tanto na fartura como na fome; tanto no
conforto como nas privações. Posso suportar todas as coisas com a ajuda de
Cristo, que é a fonte da minha força. Mas fizeram bem em me terem ajudado nesta
difícil situação.” (Filipenses 4:12-14, versão “O Livro”)
Qualquer que seja a nossa situação,
esta é a época de começarmos a viver para adorar Cristo, em vez de prantearmos
pelas coisas que exigimos que Ele nos deve dar...
Sejamos gratos. Deixemos que o Natal
seja feliz porque a alegria que o Senhor coloca no nosso coração é a nossa
força - e não depende de ratings,
subsídios ou telemóveis de última geração.
Ana Ramalho Rosa
in
revista Novas de Alegria, Dezembro 2011
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