Falta de aviso ou falta de juízo?
Aquela chamada foi como um soco no
estômago. Na minha inocência liguei para um amigo que não via há algum tempo
apenas para saber como estava. Do outro lado, depois algumas frases feitas,
veio uma enxurrada de acusações, que terminou com a frase “Se me queres ver
feliz, não te metas na minha vida!”
Mais do que achar estranho, fiquei
triste. Afinal éramos manos em Cristo e tínhamos vivido tantas coisas juntos!
Mas a vida ofereceu outras opções e, com medo de não estar a viver tudo com
Deus, ele começou a viver tudo sem Deus.
Fiquei num misto de nostalgia, tristeza
e mesmo agonia por vê-lo afundar-se na sua própria (má) escolha. Sim, porque
quem escolhe deixar Deus e a vida saudável que Ele propõe não escolhe a melhor
parte, com certeza.
Os outros amigos, preocupados como eu,
faziam a mesma pergunta: “O que se passa com ele? Como podemos ajudar? Mas se
ele acha que está bem, o que vamos fazer?” O que poderíamos fazer? Orar, sim.
Ao conversar com Deus, pedia-Lhe não para que o guardasse, mas para que o
incomodasse.
Ele, como tantos “eles” e tantas “elas”
que têm passado pelos bancos das igrejas, sabem o plano total de Deus para as
suas vidas, mas a certa altura ou num processo complexo de armadilhas bem
montadas pelo nosso inimigo, cedem numa coisa, toleram noutra, não resistem
noutra... e quando dão por ela estão a segurar uma fachada que mais tarde ou
mais cedo irá ruir. Não é mesmo uma questão de falta de aviso... é mesmo falta
de juízo!
Quem já esteve bem com Deus mas está a
distanciar-se arranja facilmente um rol de desculpas (o pastor, o amigo A, o
irmão B, a cor da carpete, o coro desafinado, não me ligaram, ligaram-me, etc,
etc).
Estou
contigo!
Ana Ramalho
in revista BSteen, Outubro 2010
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