A ecografia - Aventuras de uma gravidez - 2
Aquela
era a primeira ecografia que íamos fazer. Sabíamos que vinha um bebé a caminho,
mas o momento em que o vimos, pela primeira vez, e ouvimos o seu coração bater,
foi ímpar e peculiar.
Embora
ainda não soubéssemos se era menino ou menina, tínhamos visto, ainda com poucos
centímetros, o nosso bebé. Ali estava uma vida única, especial, como cada
pessoa que veio à existência na face da terra.
David
registou, inspirado pelo Espírito Santo, talvez a primeira ecografia da
História da humanidade. “Foste tu que
formaste todo o meu ser; formaste-me no ventre de minha mãe. Louvo-te, ó
Altíssimo, e fico maravilhado com os prodígios maravilhosos que são as tuas
obras. Conheces intimamente o meu ser.
Quando os meus ossos estavam a
ser formados, sem que ninguém o pudesse ver; quando eu me desenvolvia em
segredo, nada disso te escapava. Tu viste-me antes de eu estar formado. Tudo
isso estava escrito no teu livro; tinhas assinalado todos os dias da minha vida,
antes de qualquer deles existir.” (Salmo 139:13-16, BPT).
Seja por anseio dos pais, resultado de
um momento irrefletido ou forçado, um bebé é sempre desejado aos olhos de Deus,
pois é uma nova vida que vale tudo desde o primeiro momento. Mesmo que isso
seja ignorado ao longo da vida e até contrariado pelas ações e reações dos que
nos rodeiam, todo o ser humano tem o mesmo valor para Deus, e um grande valor.
“Deus
amou de tal modo o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo o que
nele crer não se perca, mas tenha a vida eterna. Não foi para condenar o mundo
que Deus lhe enviou o seu Filho, mas sim para que o mundo fosse salvo por ele.
Quem crê nele não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não
acreditou no nome do Filho único de Deus.” (João 3:16-18, BPT)
Deus entregou o Seu Filho para que
todos se tornem Seus filhos. Não por obrigação, mas pelo Seu amor e decisão
pessoal de cada ser humano.
Se para um casal que ansiava um filho,
cada momento do seu crescimento pré e pós natal é especial e tem um cuidado
esmerado, muito mais Deus, o nosso criador, deseja receber-nos nos Seus braços
para sermos educados, alimentados e crescermos com Ele, num relacionamento
amoroso e de respeito.
Mas, porque é que nem todos
experimentam esse Pai amoroso que é Deus? Porque estamos de costas voltadas
para Ele, ou porque ignoramos o Seu desejo, ou porque temos uma imagem errada
do que é a Paternidade divina.
Todas as pessoas anseiam por Ele, mesmo
sem o saber. Anseiam por verdadeira segurança, amor desinteressado, um caminho
que leve à vida abundante que só Ele promete e dá. Ao entregarmos a nossa vida
a Cristo, somos feitos filhos de Deus, a quem passamos a conhecer, reconhecer e
a chamar Paizinho, ou querido Pai.
“Porque
não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas
recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos; Aba, Pai. O
mesmo Espírito testifica com o nosso espírito, que somos filhos de Deus. E, se
nós somos filhos, somos logo herdeiros, também, herdeiros de Deus e coerdeiros
de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos
glorificados.” (Romanos 8:15-17)
Ana
Ramalho Rosa
in
revista Novas de Alegria, setembro 2013
Texto escrito
conforme o novo acordo ortográfico
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