“Se vale ‘X’...”
Antigamente, para se fazer uma
compra íamos ao mercado, a uma loja ali na esquina ou ao Centro Comercial.
Hoje, podemos comprar e vender tudo (ou quase tudo) na Internet.
Os
sites de compra e venda por particulares, de coisas usadas ou novas, estão na
moda. Precisamos ter certos cuidados quando os usamos, mas, quando tomamos as
devidas salvaguardas, e a oportunidade é boa, podemos fazer bons negócios.
Convém
a troca ser feita num local público, de preferência acompanhados por outra
pessoa. Depois do negócio fechado, paga-se o que se compra (ou recebe-se o
valor do que se vendeu). Provavelmente, nunca mais vamos voltar a ver aquela
pessoa, a não ser se voltemos a comprar-lhe/vender-lhe alguma coisa. Um
sorriso, um aperto de mão e cada um segue o seu caminho, contente com o que
ganhou no processo.
O
que me leva a falar sobre este tema? Talvez
pareça ousado, mas penso que muitas vezes tratamos Jesus da mesma maneira com
que lidamos com um vendedor ou um comprador das vendas online.
É
verdade que a salvação não pode ser paga pelo nosso bolso corrompido pelo
pecado, e também é verdade que Jesus não nos “vende” a salvação... o que torna
a situação de ingratidão grave.
Recebemos
a salvação quando conhecemos Jesus. Arrependemo-nos dos nossos pecados, das nossas más escolhas,
reconhecemos a nossa necessidade de perdão e que Jesus fez o sacrifício em
nosso lugar. Somos salvos, ficamos felizes com o “negócio.” E depois? Depois,
Jesus fica como alguém que nos foi útil para resolver um problema nosso,
respondendo à nossa maior e mais importante carência – salvação, nova vida e
integração na família de Deus.
Se
após esse encontro passamos a viver do mesmo modo, sem pensar naquilo que Ele
deseja que sejamos, não é verdade que estamos a tratá-Lo como alguém com quem
apenas nos cruzámos uma vez, fizemos um negócio e cada um seguiu com a sua
vida?
De
que vale dizer que sou cristã se, de facto, vivo como se Cristo não existisse
ou só existisse para me dar a salvação, para me curar ou para me ajudar em
algum outro problemas? De que importa parecer “espiritual”, ter postura
impecável, se não me importo com o que a Sua Palavra diz? De que vale sentar-me
numa Casa de Oração se não tenho uma conversa aberta e franca com Deus, cada
vez que oro, em nome de Jesus, de quem já ouvi falar mas não a quem conheço na
realidade?
Jesus
lidou com algo parecido quando esteve entre nós. Curou dezenas de pessoas,
ressuscitou Lázaro, entre outros, salvou tanta gente. Mas quantos realmente O
seguiram? Quantos foram agradecidos de verdade, ao ponto de deixarem as suas
preferências e tornarem-No na sua grande prioridade? Quantos O acompanharam no
momento da Sua caminhada até ao Gólgota, onde foi morrer pelos pecados de todos
nós?
Preciso
aprender com o bom exemplo de um ex-leproso, que soube ser grato a Jesus, em
todos os sentidos. “Prosseguindo no seu
caminho para Jerusalém, chegaram aos limites da Galileia com Samaria. Quando
entraram numa aldeia dali, dez leprosos pararam à distância bradando: Jesus,
Mestre, tem pena de nós! Olhando
para eles, Jesus disse: Vão mostrar-se ao sacerdote. Enquanto iam a caminho,
constataram que a lepra desaparecera.
Um deles voltou a procurar Jesus
e lançando-se no chão diante de Jesus com o rosto em terra, dava em alta voz
louvores a Deus e agradecia o que lhe tinha feito. Este homem era um
samaritano.
Então Jesus perguntou: Não eram
dez os homens que curei? Onde estão os outros nove? Só este estrangeiro é que
volta para dar glória a Deus? E disse para o homem: Levanta-te, podes ir. A tua
fé te salvou.” (Lucas 17:11-19, OL).
Ana Ramalho
Rosa
in
revista Novas de Alegria, junho 2014
Texto escrito
conforme o novo acordo ortográfico
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