O valor da Palavra
“Palavras leva-as o
vento”, afirma o adágio popular. Antigamente bastava a palavra para alguma
coisa ficar acertada, arrumada. Hoje, apalavramos muito mas temos poucas
certezas de que o compromisso das palavras seja certo. Num mundo tão cheio de
comunicação, o que não faltam são estas – as palavras. Ditas ao desbarato,
usadas para chamar à atenção, para criticar ou para nos levar a ficar com “a pulga atrás da orelha”.
“É preciso reivindicar
o valor da palavra, poderosa ferramenta que pode mudar o nosso mundo, mesmo
nesta época de satélites e computadores”, assegurou William Golding, escritor inglês. Golding refere-se àquilo que é dito, ao seu valor e importância. Ouso
alterar uma palavra no início da citação, que muda todo o seu sentido. Diria
então que “é preciso reivindicar o valor
da Palavra (...)”. A palavra “Palavra” (com P maiúsculo) diz-nos muito mais
do que um conjunto de sílabas com um determinado significado, num determinado
contexto.
Estou a referir-me à Palavra da Vida. Ao Escritor de Novas
Histórias, em pedaços de papel restaurados – as nossas vidas. À Palavra que Se
fez carne. À Palavra que deu fôlego e sentido à minha vida, e, muito antes
disso, ao Universo. À Palavra que é testemunho de uma vitória incontornável sobre
um inimigo feroz – o pecado com a sua consequência, a morte.
A Palavra, que foi deixada ao aparente acaso das decisões de
homens ditos poderosos, que a colocaram de lado, como um acessório opcional e,
em troca disso, acharam por bem admirar outras palavras, muito mais ao seu
gosto. E, pelas opiniões diversas, chegámos aqui, a “uma época de satélites e computadores” que grita por uma mudança,
por uma esperança e por algo que nos resolva de uma vez por todas. Desde o
princípio, até hoje. Desde o nada, até ao agora tão perplexo de contextos diversos,
divergentes e complexos. Desde o ontem eterno ao amanhã sem fim. É dela que
precisamos – da Palavra.
“No princípio era a
Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. Aquele que é a
Palavra sempre esteve com Deus. Criou tudo o que existe e nada existe que
não tenha sido feito por ele. Nele está a vida eterna, e essa vida dá luz
a toda a humanidade. A
sua vida é a luz que brilha nas trevas, e estas nunca poderão pôr fim a essa
luz. (...) A Palavra tornou-se homem e viveu aqui na Terra entre nós, cheio de
amor e perdão, cheio de verdade. E vimos a sua glória, a glória do Filho único do
Pai.” (João 1:1-5, 14, OL)
Precisamos dar o devido valor a Jesus Cristo, o Verbo Divino,
isto é, à Palavra. Precisamos dar-Lhe o espaço e a permissão para Ele invadir a
nossa vida e mudar-nos de dentro para fora – mudar o nosso coração, a nossa
mente, as nossas ações e as nossas palavras. Precisamos lembrar, nos nossos
pensamentos e nos nossos passos, que Ele é Deus. Precisamos, a cada dia, viver
para Ele, entregando-Lhe tudo o que somos e tudo o que temos, buscando o Seu
amor e perdão, a Sua restauração e transformação.
Por fim, parafraseando Golding,
muito além da palavra “Palavra”, deixo-vos as seguintes palavras: “é preciso reivindicar o valor da Palavra,
poderosa para nos mudar, mesmo nesta época de satélites e computadores”.
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