Útil, mas pouco agradável
O utilitarismo é das coisas mais perigosas com que temos que
lidar, a começar por nós mesmos. Perguntas simples que precisam sempre da nossa
resposta: porque é que nos preocupamos com determinada pessoa? Porque desejamos
o bem dela ou desejamos que ela esteja bem para fazer isto ou aquilo? Será
porque nos preocupamos genuinamente com ela, independentemente de nos ser útil
para alguma coisa?
O bom trato, a simpatia e a genuinidade devem fazer parte do
nosso ADN, como filhas e filhos de Deus. Tratar os outros com respeito,
independentemente da profundidade ou tipo de relacionamento que tenhamos. O amor
incondicional que Ele demonstrou para connosco ao enviar Cristo para morrer no
nosso lugar, pelos nossos pecados, tira-nos todas as desculpas para que sejamos
utilitaristas e todos os argumentos de superioridade e, ao contrário, deve
impulsionar-nos a sermos como Ele é.
Por
causa do utilitarismo de alguns, podemos sentir-nos usados. E vice-versa! Se
não olharmos para Jesus, acabamos por deixar que essas mossas nos deixem
completamente aterrados e isolados. Às vezes colocamos demasiadas expectativas
nas pessoas, esquecendo-nos que elas são como nós - falíveis. A hipótese de
falhar não é uma desculpa para ceder, é um alerta para estar mais atento à
Palavra de Deus, à Sua voz e ao bom senso de pessoas mais experientes.
Mas,
nem todas as pessoas são interesseiramente utilitaristas. Nem todos os que se
preocupam connosco o fazem com segundas intenções. Jesus explicou que devemos
ser simples como as pombas e prudentes como as serpentes. Paulo escreve que o
amor não suspeita mal. Quando suspeitamos demais nunca vamos viver na liberdade
que Cristo nos quer dar - vivendo na segurança do Seu amor, porque é isso que é
o mais importante, no fim de tudo. Eu quero colocar as minhas expectativas em
Deus e perceber que mesmo que as pessoas caiam, Ele continua fiel, sempre.
O
sentimento de sermos usados por outra pessoa é um dos mais difíceis de gerir. Em
certos casos, precisamos de aconselhamento, de ajuda de outras pessoas, que nos
apoiem no processo de tratar as nossas feridas. Mas o primeiro passo a dar
quando essa angústia nos tenta invadir, é mergulhar na Palavra de Deus, correr
para os braços do Pai... Confio na Sua soberania, e sei que Ele NUNCA me
rejeita, nunca me desilude. ADORO [ser Tua filha] DEUS!
“Contudo, ó Senhor,
és o nosso Pai. Somos o barro e tu és o oleiro. Somos todos criados pelas tuas
mãos.” (Isaías 64:8, OL)
“Por isso não devemos
ser como escravos medrosos e servis, mas devemos comportarmo-nos como
verdadeiros filhos de Deus, recebidos no seio da sua família e chamando-lhe
realmente querido Pai. Porque o seu Santo Espírito é testemunha, no nosso
entendimento, de que somos filhos de Deus.” (Romanos 8:15-16, OL)
Ana Ramalho Rosa
in Novas de Alegria, maio 2019
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