Súbditos de um Reino perseguido
Photo by Andrea Piacquadio |
Muitas vezes achamos que a perseguição religiosa ocorre apenas em determinados países. É verdade que na Europa não temos os índices de perseguição nem o mesmo tipo de pressão, mas ela existe. Veja-se o recente processo contra o representante das Igrejas Evangélicas na Rússia, por causa de uma lição de Escola Dominical e, em Lyon (França), o vandalismo à montra de uma livraria evangélica, além de outros casos que temos vindo a conhecer.
"Felizes serão quando forem insultados, perseguidos e quando proferirem todo o mal a vosso respeito, com mentira, por serem meus discípulos! Alegrem-se com isso! Sim, regozijem-se, porque vos espera lá no céu uma enorme recompensa! Lembrem-se que também os profetas de antigamente foram assim perseguidos." (Mateus 5:11-12, OL)
Jesus não disse “se forem” mas “quando forem” perseguidos
(no sermão da montanha, por exemplo). Enquanto a Igreja estiver na Terra, irá
deparar-se com a perseguição que pode vir em forma de discriminação. Não
importa a localização geográfica, a época, o regime político da nação ou a cor
da pele – há exemplos reais de todos os cenários possíveis. Seja em questões
sociais, éticas, económicas ou de fé. Não estou a falar de insubmissão
desordenada às autoridades “por que sim”, mas de situações do dia a dia nas
quais temos de abdicar do nosso conforto em favor daquilo que é certo…, mas com
a atitude certa (a do Reino). Quanto a isso, já lá vamos!
Sermos perseguidos, de uma forma mais ou menos frontal, é o resultado de seguirmos Jesus e vivermos segundo os valores do Reino de Deus - um reino "de pernas para o ar", que não vai com a maré, mas ama o próximo sem esconder a Verdade e vivendo na Verdade. A escolha de viver a Verdade em amor choca com a cedência para a tolerância que é esperada pelo sistema de valores deste mundo que coloca o Homem no centro de tudo, a popularidade como alvo supremo, e Deus (ou uma suposta fé) apenas como desculpa para agir de modo a obter poder, fama e dinheiro.
Seguir a Verdade em amor é orar pelos que nos perseguem sem, no entanto, abdicar daquilo em que cremos. responder com amor aos que nos questionam acerca da nossa fé. É servir os outros e não usar os outros para nos servirem ou enquanto servirem. É aceitar a Palavra de Deus como a base da nossa vida em todas as circunstâncias - mesmo que custe ou que não seja popular. Não é atirar pedras ou entrar em vingança, mas responder com respeito (aquele que muitas vezes o outro lado não tem para connosco). É compreender que o nosso Rei está no controlo. É viver como Jesus vivia. Esta é a atitude que os súbditos do Rei dos Reis devem ter.
“Eu, porém, digo: Amem os vossos inimigos. Bendigam os que vos maldizem. Façam o bem aos que vos odeiam. Orem por quem vos persegue! Assim procederão como verdadeiros filhos do vosso Pai que está no céu. Porque ele faz brilhar o Sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e manda a chuva cair tanto sobre justos como injustos.” (Mateus 5:44-45, OL)
“Não vos farão mal se forem zelosos na prática do bem. E
sofrer por amor à justiça é um privilégio. Portanto não tenham medo desses, nem
se perturbem, mas deixem Cristo ser o Senhor exclusivo nos vossos corações, e
se alguém vos perguntar a razão da vossa esperança, estejam sempre preparados
para responder, com delicadeza e respeito. Tenham uma boa consciência; e se os
homens falarem mal de vocês, virão eles próprios a ficar envergonhados por vos
terem acusado falsamente, ao verificarem a vossa boa conduta em Cristo.” (1
Pedro 3:13-16, OL)
Ana Ramalho Rosa
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