Digam comigo: E-PI-CON-DI-LI-TE!
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Falar de doenças numa edição de homenagem a quem, entre outras coisas, também as trata pode parecer… estranho. Mas não temam! Tenho a “cura” também.
A epicondilite é uma inflamação numa zona específica do nosso corpo e que se sente especialmente… no cotovelo. Sim, a dor de cotovelo, real e literal, é penosa e se for causada por uma epicondilite pode demorar algum tempo até ser curada. Exige repouso, fisioterapia e outros tratamentos…, mas nesta época de Natal gostava que pensássemos noutra epicondilite: aquela a que chamamos comumente de inveja. A tal dor de cotovelo psicoemocional.
O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, recomendou
aos irmãos da igreja em Roma
"Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram."
(Romanos 12:15, ACF). Porque é que ele precisava de lembrá-los de que deveriam
festejar o sucesso alheio? Não seria lógico e natural que assim fosse?
Depois de “gastar” 11 capítulos a explicar àquela igreja que ninguém tinha por si mesmo capacidade ou mérito para ser salvo, que apenas pelo sacrifício de Jesus tinham acesso a Deus e que deixaram de ser condenados à perdição eterna por Cristo, quando entramos nos primeiros versículos de Romanos 12 Paulo muda o tom. Ele explica qual a nossa resposta como cristãos, como discípulos, como membros do corpo de Cristo àquilo que Ele fez por nós.
Em primeiro lugar, submetemos a nossa vontade a Deus de forma voluntária vivendo para Ele (v. 1 e 2). Depois, compreender o nosso valor e o valor os outros no corpo de Cristo, mediante o Seu amor e os dons que pela Sua graça Ele deu a cada um para o bem comum (v. 3 a 8). Finalmente, Paulo explica como devemos viver nesse amor em comunidade (v. 9 a 21).
Nos vários conselhos e avisos que Deus entrega através de Paulo, temos este remédio contra a “dor de cotovelo”. Esta “solidariedade” pouco falada, mas necessária não é condicionada por laços de família, proximidade, raça, etc. Também não refere quaisquer benefícios nossos ou dos nossos, imediatos ou posteriores inerentes. Nada disso. É pura e simplesmente a alegria pela alegria. Algo que só Deus através do Seu amor em nós pode fazer.
O Amor em vez da Inveja, só mesmo o Senhor torna possível num mundo de mordaz competição. E o mais interessante é que neste contexto Ele faz o alerta para a Igreja – onde a acendalha da inveja não deve (nem pode) existir. Como Tiago aconselha “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.” (Tiago 3:13,14, ACF)
Nesta época de Natal saibamos também alegrar-nos com o colega que é promovido, o vizinho que muda para uma casa maior, a amiga que começa a namorar… Mesmo que não sejas promovido, a tua casa seja pequena e ainda não estejas a namorar. Mesmo que o teu colega não seja o que mais te aprecia, a mulher do teu vizinho sacuda as migalhas para cima da vossa roupa ou a tua amiga esteja a namorar com o rapaz de quem gostavas. “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Romanos 12:21, ACF)
Ana Ramalho Rosa
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