A munição da fé
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Por isso, decidi pensar um pouco mais sobre a fé e sobre como a fazer multiplicar. E tirando os princípios mais básicos que nos ensinam, como a fé vir pelo ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10:17), também é preciso termos em linha de conta que a fé também cresce com a oração. Sim, essa coisa com nome esquisito, que Jesus nos ensinou a fazer e que nos liga diretamente ao Pai estilo linha privada. A oração é a munição da fé, alimenta a fé e dá-lhe meios para combater o que é nefasto. Sejam as dúvidas, sejam a insegurança, ansiedade, etc., a oração é a propiciadora dos mae-geri's (pontapés frontais, na língua dos karatecas) em muito boa parte das chatices corriqueiras.
O maior exemplo do poder de conexão da oração vem de Jesus, que não raras vezes encontramos a orar. Fosse no monte (Marcos 6:46) ou no deserto (Lucas 5:16), só (Mateus 14:23) ou acompanhado (Lucas 9:28), Jesus fez da oração um ato tão importante e indispensável como respirar. Não só orava, como também ensinava a orar (Mateus 6:5-13) e fazia notar a vitalidade da oração.
A oração não serve como lista de compras para Deus, não é uma lista infindável de pedidos, nem é uma conversa de esplanada. A oração estabelece princípios de intimidade, é como uma conversa entre um casal, onde o interior é exposto e onde confessamos à parte ouvinte as nossas mais resguardadas linhas de vida. Apesar de Deus nos conhecer, melhor até do que nós mesmos, Ele alegra-se com a nossa oração (Provérbios 15:8) e com o facto de querermos aproximar-nos Dele de um modo sincero, motivados pelo desejo de buscar a Sua face e de receber o Seu amor.
Devemos orar como forma de buscar intimidade com o nosso Pai, para estarmos em sintonia, na mesma linha de raciocínio e com a mesma direção no que toca à ação nas nossas vidas. Sendo justos, sabemos que a nossa oração tem capacidade para muitas coisas (Tiago 5:16), sabemos também que Deus nos ouve (Daniel 10:12). A questão de nós O ouvirmos, vai ser tratada um dia destes mais à frente...
Falar com Deus, não é só uma prática diária benéfica para
nós, é o aproximar o nosso coração do coração Dele, submeter a nossa vontade à
vontade Dele, aproximarmos o nosso entendimento e disposição Dele para que seja
feito na nossa vida, algo que jamais pudemos imaginar. A oração traz cura
(Tiago 5:14), traz também revelação da parte de Deus (Jeremias 42:4). A oração
não é um papaguear em loop de palavras bonitas, intenções altruístas e
termos em hebraico para alegrar o coração ou nos fazer sentir mais espirituais.
É alimento para o nosso espírito, que vai a descoberto perante a gloriosa
majestade de Deus e se humilha declarando tudo aquilo que o nosso coração
carrega.
O apóstolo Paulo, homem experimentado em provações e situações de penar, instruí cada um de nós a não cessar de orar (Colossenses 1:9), mas com sabedoria (1ª Coríntios 14:15), para que não façamos da oração um show-off, sobretudo quando nos dirigirmos a Deus em voz alta, orando por alguém ou pela nossa congregação.
Sendo a oração a munição da fé, que nos dá suporte para as batalhas do dia a dia, é bom que andemos com munição de sobra. Nunca se sabe quando vamos precisar dela ou de "emprestar" alguma ao vizinho desprevenido.
Ricardo Rosa
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