Amargo de boca
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Quando temos opiniões diferentes, quando alguém tem uma atitude errada (ou várias) para connosco, quando ouvimos palavras que ferem… tudo isto leva a conflitos e a um amargo de boca (e do coração). É normal sentirmos frustração… o problema é quando tudo isso não é devidamente tratado e deixa feridas abertas.
A falta de perdão é a principal causa de amargura na nossa vida. E perdoar não é esquecer - é largar de mão a razão com o alvo de sermos livres. Por que razão tinha Jesus e Ele perdoou… e diz para perdoarmos (sem condições) os que nos ofendem e, até, amarmos os nossos inimigos (Mateus 6:12-15, Colossenses 3:13, Mateus 5:44-47). Ele amou-nos antes de nós O amarmos e abriu os braços para nós quando ainda tínhamos as costas voltadas para Ele (1 João 4:19, Romanos 5:10).
Quando essa amargura é deixada e a ferida permanece aberta, vamos deixando crescer algo que é tudo menos saudável para a nossa vida. A semente da falta de perdão, regada pela nossa autojustificação, ao sol da autocomiseração, dá origem a uma raiz de amargura. E o fruto dessa planta é tudo menos bom.
“Tenham cuidado para que ninguém deixe de beneficiar da graça de Deus, e também que nenhuma amargura crie raízes que, ao brotar, venham a causar-vos perturbações, e depois, por contaminação, também a muitos outros.” (Hebreus 12:15, OL)
A raiz de amargura é como um cancro - sempre maligno - que nos destrói por dentro e, mais cedo ou mais tarde, isso vê-se por fora. Porque a raiva e a sede de vingança que brotam dessa raiz destroem todas as culturas saudáveis à sua volta, como as ervas daninhas. Uma vida controlada pela amargura vai falar do que o coração está cheio e trazer ódio e ira para com os que a rodeiam.
Jesus é o jardineiro perfeito que sabe arrancar as raízes de amargura e tratar o terreno do nosso coração... Basta pedirmos a Sua ajuda e Ele vai entrar e trabalhar. Ele não nos quer “queimar” como ramos que não dão bom fruto, mas quer restaurar-nos e dar-nos um coração igual ao Dele (João 15:1-8).
O melhor sítio para deixarmos as nossas mágoas, as nossas “razões” e entregar tudo, é aos pés de Jesus. Ele vai escutar as nossas palavras e guiar-nos com a Sua Palavra, enquanto trabalha no nosso coração com o Seu Espírito. Ele sabe o que nós não sabemos e conhece o que desconhecemos, o que aconteceu, o que acontece e o que acontecerá. E, nesse processo de cura e de perdão, “(…) sabemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles a quem ele chamou de acordo com o seu plano.” (Romanos 8:28, NTLH)
Ana Ramalho Rosa
in Novas de Alegria, outubro 2021
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