Deus@net
A Internet é uma coisa fantástica! Pensar que começou como um projeto militar
secreto e se tornou neste mar gigante de informação, onde podemos falar com
amigos, ler livros, ouvir músicas, saber o estado do tempo ou até as notas da
escola (talvez seja melhor saltar esta parte), tudo isto torna a Internet uma
verdadeira atração!
Mas como em boa parte das coisas (ou quase tudo o que o Homem inventou),
existe um lado bom e um mau. A Internet tem sido utilizada para vários tipos de
crimes e, muitas vezes, para poluir as nossas cabeças com coisas menos boas.
Quem é que ainda não foi parar a páginas com imagens mais adultas?
NÃO BASTA CLICAR NO “GOSTO”!
Outro perigo é que a Internet também se torna um vício… Sim, leste bem,
um vício. Quando passamos demasiado tempo nela, com os nossos “amigos” virtuais
e a consumir tudo o que vemos, passamos a limitar a nossa capacidade de lidar
com a realidade e com os problemas que soem a sério. Não é como nos jogos, em
que fazemos sempre “salvar” antes daqueles momentos em que tudo corre mal, para
podermos voltar a jogar novamente.
Passar tempo na Internet em si não é errado –
depende do tempo e da forma como o fazes. Como em tudo, o excesso é mau. Deus
quer que tenhamos uma vida equilibrada e caminhar para o amadurecimento, ou
seja, para sermos pessoas cada vez mais parecidas com Jesus (Efésios 4:13). Não se trata de termos as
mesmas roupas ou penteado, trata-se de afinarmos o nosso caráter com o d’Ele e
“vermos” com os Seus olhos (1 Coríntios 2:16).
Vamos pensar… O dia tem 24 horas. Se estivermos 8 horas na escola,
sobram 16 horas. Se dormirmos 8 horas por dia, ainda ficamos com outras 8 para
fazer o que precisamos, como comer, passear, estudar, conviver, etc. De todo
esse tempo, qual é o tempo que dedicamos ao que é real e ao que é virtual?
Sabemos que somos livres para fazer tudo, mas
também sabemos que nem tudo é bom e que temos responsabilidades pelo que
fazemos (1 Coríntios 10:23). Será que é saudável dedicar tanto tempo a
relacionamentos virtuais e esquecer Deus, amigos e família? Quanto tempo
passamos nós a clicar em “Gosto” no Facebook, mas deixamos de dizer isso a quem
está à nossa volta?
Os relacionamentos precisam ter um investimento
(não, não tem nada a ver com bancos, Troika’s
ou assim). Para eu poder ser amigo de alguém, preciso de ter tempo para
conhecer essa pessoa e passar tempo com ela. Falar, ouvir, saber esperar, são
tudo coisas importantes e parte dos relacionamentos. Quando Jesus andou com os
apóstolos, Ele investia o Seu tempo a falar com pessoas em várias ocasiões.
Fosse em festas, em grandes ajuntamentos ou até mesmo nas horas mais quentes e
em que quase ninguém passeava na rua, Ele investia o Seu tempo em relacionamentos
(Mateus 5:29; Marcos 6:30-34; João 4:4-6). E não fazia isso por fazer ou porque
na altura não tinha Internet. Fazia isso porque é o exemplo mais simples do que
Deus deseja. Estar em contacto com o ser humano e relacionarem-se . Afinal, era
isso que acontecia diariamente com Adão e Deus
(Génesis 3:8-9)!
SEM FIOS
Mas eu falo com Deus todos os dias! Pelo menos é
isso que podes pensar. Aqui o “problema” não é falar. É mais que isso! Se
queres ter um relacionamento a sério com Jesus, precisas de passar tempo com
Ele. “Como é que faço isso?”, podes perguntar. Bom, agora vem a parte mais
interessante e prática. Ter um relacionamento com Jesus é mais ou menos como
estar ligado a uma rede sem fios. Ou seja, podemos não estar ligados
fisicamente ou ver a ligação, mas sabemos que ela existe e que não está
limitada por fios, portas ou outras coisas. O Espírito Santo está dentro de
cada um de nós e funciona como a placa de rede que nos liga a Deus (1 Coríntios
6:19, 1 João 3:24)!
Ler a Bíblia, orar, tirar tempo para conviver com
os nossos irmãos e irmãs, estar presente nos cultos, louvar… Tudo isto são
maneiras através das quais, podemos fortalecer o nosso relacionamento com Ele.
Não precisamos estar num dia específico, com um traje exclusivo e agir de uma
maneira especial para Deus falar connosco. Jesus ensina-nos a orar (Mateus
6:6-13). O autor da epístola aos Hebreus diz-nos que não devemos desligar-nos
dos nossos manos e manas e Paulo aconselha-nos a animarmo-nos uns aos outros, a
dar força aos que se sentem tristes e a vivermos em paz uns com os outros
(Hebreus 10:25; 1 Tessalonicenses 5:11; 5:12-14).
A igreja que frequentas é a parte visível do Corpo de Cristo (que é a
soma de todos os crentes em Jesus, de todos os tempos) e nós fazemos parte
dela. Como qualquer corpo, só vai funcionar bem se todos estivermos unidos e
nos relacionarmos uns com os outros. Os nossos relacionamentos com os nossos
manos e manas não podem ser virtuais (ou seja, que não existem realmente) mas
sim reais! Em todos nós existe um espaço vazio à espera de ser preenchido por
Deus, mas Ele também nos usa para preencher outros espaços nos corações das
pessoas.
Aquele que tem um relacionamento a sério com Deus,
é o que O ama e pratica os Seus mandamentos (João 14:21). Eu já escolhi o tipo
de relacionamento que quero. Não basta clicar no “gosto” de um amigo, mas quero
dizer que gosto e que estou presente.
E tu?
Ricardo Rosa
in
revista BSteen, outubro 2012
Texto escrito
conforme o novo acordo ortográfico
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