O chorão que não era piegas
Neemias, um judeu que como muitos outros tinha sido
retirado da sua terra Natal pelos babilónios que conquistaram a nação de
Israel, era o copeiro do rei Artaxerxes, da Babilónia.
O seu irmão e alguns homens chegavam de uma viagem a
Jerusalém, com notícias preocupantes. “ ‘Esses
que ficaram na pátria e não foram para o cativeiro encontram-se em grandes
dificuldades e em grande miséria. Quanto a Jerusalém, as muralhas continuam em
ruínas e as portas ainda destruídas pelo fogo.’ Ao ouvir isto, sentei-me a chorar e, durante vários dias, andei muito
triste, fiz jejum e dirigi a minha oração ao Deus do céu.” (Neemias 1:3, 4,
BPT)
O rei Artaxerxes notou a tristeza de Neemias e
perguntou-lhe o que se passava. O que fez Neemias, um homem que servia todos os
dias o Rei do Império Babilónio, que vivia num palácio, com todos os confortos?
Calou-se? Arranjou uma desculpa? Não! “Eu,
com bastante receio, respondi-lhe: ‘Que Sua Majestade viva para sempre!
Como não hei de eu andar triste, se a cidade onde estão os túmulos dos meus
antepassados está em ruínas e as portas das muralhas destruídas pelo fogo?’
Perguntou-me o rei: ‘Que queres tu que eu te faça?’ Então eu, elevando a minha
prece ao céu, respondi-lhe: ‘Se parecer bem a Sua Majestade e se eu estou nas
suas boas graças, permita-me que eu possa ir à província de Judá, à cidade onde
estão sepultados os meus antepassados, para que eu a reconstrua’.” (Neemias
2:2b-5, BPT)
Neemias não ficou a lamentar-se, mas orou a Deus em busca
de uma solução, reconhecendo que o povo estava a sofrer as consequências de
décadas de desobediência, de vidas independentes de Deus, mas pedindo-Lhe a Sua
misericórdia e ajuda. Não apenas chorou e orou – ele agiu quando teve uma
oportunidade.
Muitas vezes somos muito “piegas”. Só nos queixamos e
choramos porque isto ou aquilo nos acontece. Mas quantos de nós oramos a Deus
pelos outros e as suas lutas com a mesma intensidade que oramos pelas nossas? E
quantos de nós estão prontos a fazer algo pelos que nos rodeiam?
Neemias é um exemplo de alguém que teve compaixão pelos
outros, orou em favor deles e agiu para bem deles. Que nós possamos seguir o
seu bom exemplo.
Estou contigo!
Ana Ramalho
Rosa
in revista BSteen, março 2014
Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico
Comentários