1 Mano = 1 Amigo
Mais um
retiro com pessoal de todo o país. Estávamos juntos para buscar a Deus,
aprender, fazer amigos, etc. No final, eram as despedidas chorosas e as
promessas de trocar correspondência até ao próximo retiro (sim, foi há 20
anos).
Ter amigos que só vemos duas vezes por ano, é fácil... mas manter
amizades conhecendo os “feitios e defeitos” uns dos outros é mais complicado. Por
causa disso, às vezes parece “melhor” ter apenas amigos de retiros ou amigos de
fora da Igreja. Mas, como manos e manas em Cristo, temos um
desafio enorme: é importante estarmos unidos a Deus e uns aos outros.
Nascemos para
nos relacionarmos. Desde o princípio que é assim (Génesis 2:18). As amizades são uma parte importante da nossa vida.
Na Bíblia há centenas de conselhos e exemplos com que podemos aprender. Desta vez, vamos lembrar a história de quatro
amigos: Daniel, Hananias, Misael e
Azarias (agora podes ir buscar a tua Bíblia e ler Daniel 1:1-21).
AMIGOS QUE SE
ENCORAJAM A AGRADAR A DEUS
Daniel e os seus
amigos, ainda jovens, foram levados presos para a Babilónia. Eles eram
príncipes israelitas que estavam longe da família e, durante três anos, seriam
preparados nos costumes daquele Império, para virem a fazer parte do governo. Entre
outras coisas, eles deveriam comer alimentos sacrificados aos deuses daquela
terra – algo que Deus não Se agradava.
“Mas Daniel assentou no seu coração não se
contaminar com o alimento e o vinho que o monarca lhes dava. Pediu então a esse
responsável que lhes permitisse alimentarem-se antes de outras coisas.” (Daniel 1:8, OL) Os quatro amigos tinham
tudo para se ter tornado arrogantes e esquecer que viviam para agradar a Deus,
mas eles decidiram continuar-Lhe fieis e amigos, mesmo numa situação difícil.
Como resultado da sua obediência, eles tornaram-se mais sábios do que os outros
– e foram colocados em lugares de destaque, servindo o Rei. Foram abençoados
por Deus (v.17).
PARA PENSAR: Daniel foi uma boa influência para os seus
amigos – que tipo de influência és tu? Eles foram fieis àquilo que tinham
decidido, durante três anos - quantas vezes prometemos estar juntos no mesmo
propósito, mas desistimos?
AMIGOS QUE
ORAM E LUTAM PELOS MESMOS OBJETIVOS
Conta o capítulo
2 que Nabucodonosor, o rei, esqueceu-se do que sonhou numa noite e pediu aos
sábios para descobrirem o sonho e o seu significado... mas ninguém conseguia. Estavam
todos sujeitos a morrer por causa disso, incluindo Daniel e os amigos.
Entretanto, Daniel pediu um tempo. Foi para casa e orou com os seus amigos,
pedindo ajuda a Deus..
Como resultado
da sua confiança em Deus, o sonho do rei foi revelado e interpretado. Daniel
louvou a Deus, reconhecendo que Ele é que lhe deu capacidade. A vida de Daniel
e dos seus amigos foi poupada, assim como a dos outros sábios. O rei reconheceu
que Deus era real. Daniel ficou junto ao rei, na corte; os seus amigos
tornaram-se governantes de várias províncias da Babilónia.
PARA PENSAR: Daniel não confiou na sua sabedoria, já
reconhecida pelo rei, mas em Deus – será que nas tuas decisões procuras
consultar Deus, a Sua Palavra e bons conselheiros, ou decides “onde te leva o
coração” ou segundo o que a maioria pensa? Daniel e os amigos oraram juntos - quando
algum dos teus amigos crentes está com um problema o que fazem: passam o tempo
a lamentar-se ou oram juntos?
AMIGOS QUE CONTINUAM
JUNTOS E FIEIS A DEUS
Chegamos à aventura
de Hananias, Misael e Azarias no
capítulo 3. Daniel não estava
presente (talvez tivesse numa missão noutro lugar do Império). Nabucodonosor deu ordem para que todos adorassem
a sua estátua, caso contrário seriam lançados numa fornalha de fogo ardente.
Embora os outros
o fizessem, os três amigos de Daniel “responderam:
‘Saiba Vossa Majestade que não nos queremos defender. Mas o Deus a quem
servimos é capaz de nos livrar da fornalha e do vosso poder. E vai
livrar-nos. Mas mesmo que ele não nos livrasse, pode ter a certeza que não
adoraremos os vossos deuses nem nos inclinaremos diante da estátua de ouro que
mandou fazer.’” (Daniel 3:16-18, BPT)
Eles foram
atirados para a fornalha (aquecida de tal forma que os homens que os levavam
morreram). As cordas queimaram-se. Eles permaneceram intactos e uma quarta
pessoa estava com eles (presença de Deus). No final, o rei reconheceu que Deus
era real – fez um decreto para que ninguém falasse mal do Deus de Hananias, Misael e Azarias -, e eles foram promovidos.
PARA PENSAR: Apesar da pressão e da posição, eles foram fieis a Deus – será que na escola, nas redes sociais, tu e os teus
amigos são capazes de ficar unidos e obedientes a Deus, aconteça o que
acontecer?
CONCLUSÃO
A nossa relação
com Deus deve estar acima de qualquer amizade humana. Os nossos amigos crentes
não são perfeitos, mas precisamos ter amizades fortes e saudáveis na igreja: amigos que se encorajam a agradar a Deus,
que oram e lutam pelos mesmos objetivos,
que continuam juntos e fieis a Deus, mesmo com o passar dos anos.
Ana Ramalho Rosa
in
revista BSteen, fevereiro 2015
Texto escrito
conforme o novo acordo ortográfico
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