Jesus, Maomé e Buda sentaram-se a falar…
…e
basicamente chegaram todos à mesma conclusão. Se os três se apresentam como
máximo exemplo de vida ou como mensageiros de Deus, então alguma coisa não bate
bem. Começaram então a debater alguns pontos para ver onde chegava: pecado,
unidade com Deus, etc. Jesus deixou-os falar…
BUDA… QUE ALGUÉM TE ACUDA!
Uma das coisas que havia que resolver, era a questão do pecado. Sim,
porque o pecado é uma coisa séria e não se resolve com brincadeiras. Afeta a
toda a Criação de Deus, mesmo tendo sido ela a meter-se nessa alhada. A questão
é que Deus ama tanto o ser humano, que não o quer deixar separado de Si e
perdido pela eternidade. Para Buda, a coisa resolve-se com uns quantos ciclos
de reencarnações (tipo máquina de lavar roupa, chamado Samsara), no qual o que fazes tem sempre uma reação (Karma) e que só acaba quando te libertas
de todas as coisas que te “prendem” ao mundo que te rodeia através da meditação
e de uma vida de desprendimento. A isso chama-se o Nirvana. Uma ideia muito gira, mas sem Deus na equação, com todo o
esforço no Homem e com um problema. Jesus pensou para Si, lemos nas Escrituras que
“está determinado que os seres humanos
morram uma só vez” (Hebreus 9:27, OL). Portanto, nada de reencarnar.
MAOMÉ NÃO VAI À MONTANHA, NEM A
LADO NENHUM COM ESTA CONVERSA….
Maomé desatou a rir e explicou a Buda que não é assim que se resolve a
questão do pecado. Disse que quando um homem morre, já não pode voltar, porque
é o que está escrito no Livro (que é o que os muçulmanos chamam à Bíblia). Por
isso, o que há a fazer é orar e ler o Alcorão. Mas antes disso, um muçulmano
tem que se purificar, fora o cumprir o Ramadão. E para isso, tem que se limpar
com água (o Wudu). E isto é para os
pecados “pequenos”. Para os “grandes”, o assunto só se resolve com
peregrinações (a Hajj) ou o pagamento
de um imposto (Zakat). Mais uma vez,
esforço humano… E desta vez, não se alcança o perdão do pecado com meditação ou
desprendimento. Para Maomé, o que a sua visão errada de Allah (porque os
cristãos que moram em países árabes chamam Allah a Deus, como os
norte-americanos Lhe chamam God ou os franceses Dieu) quer é sacrifício,
esforço e medo para que não falhem nada.
Ai deles! E lançado que nem um carapau, Maomé continua… diz que o Livro
foi deturpado, que o Alcorão é que é a grande revelação de Allah para o ser
humano e que ele (Maomé) é que é o seu verdadeiro profeta e todos os outros são
inferiores, que Jesus não morreu na cruz (tinha fugido antes) e que o que Allah
queria era espalhar um novo “evangelho” de amor (que por sinal se espalhava com
guerra). Perplexo, Jesus lembrou-se do que Paulo escreveu se alguém “…anunciar um evangelho diferente daquele que
receberam, seja maldito!” (Gálatas 1:9, BPT). E o Evangelho que ele
transmitiu é o que Jesus pregou. Não o que Maomé diz ter recebido. E escreveu
mais ainda! Por causa da Sua morte, lê-se “…nós
acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou…” (1ª Tessalonicenses 4:14, BPT)
e “De facto, Deus ressuscitou o Senhor
Jesus…” (1ª Coríntios 6:14, BPT). Como é que alguém que se dizia mensageiro
de Deus, podia estar tão errado acerca Dele?
OIÇAM A VOZ DE JESUS!
Foi então que Jesus decidiu tomar a palavra. Afinal, dos três ali
sentados à sombra da figueira, era o único que não tinha falado e ouvia com
amor e paciência o que Buda e Maomé diziam. “No princípio era a Palavra. A Palavra estava com Deus, e a Palavra era
Deus.” (João 1:1, BPT), disse Jesus. “Aquele
que é a Palavra era a luz verdadeira; Ele ilumina toda a gente ao vir a este
mundo. Ele estava no mundo, mundo que foi feito por ele. O mundo não o
conheceu. Ele veio para o seu próprio povo e o seu povo não o recebeu. Mas a
todos quantos o receberam, aos que creem nele, deu-lhes o poder de se tornarem
filhos de Deus. Estes não nasceram de laços de sangue, nem da vontade da carne,
nem da vontade do homem, mas nasceram de Deus.” (João 1:9-13, BPT),
continuou Jesus. “Na verdade, o Filho do
Homem veio buscar e salvar os que estavam perdidos.” (Lucas 19:10, BPT),
disse Ele sobre a Sua missão, e como que respondendo a Maomé disse “Não há maior amor do que dar a vida por
aqueles a quem se ama.” (João 15:13, BPT). Maomé engoliu em seco… afinal, a
melhor maneira de mostrar que se amava alguém não era matar para espalhar esse
“amor”. E quando se preparava para falar das boas obras que fez e defender o
mérito que ele e Buda tinham, ouviu novamente Jesus: “Deus conhece-vos bem, mesmo que pretendam passar por bons. Pois aquilo
que para os homens tem muito valor, nada vale para Deus.” (Lucas 16:15,
BPT), “Ouviram o que foi dito: Amarás o
teu próximo e desprezarás o teu inimigo. Mas eu digo-vos: Tenham amor aos
vossos inimigos e peçam a Deus por aqueles que vos perseguem. É deste modo que
se tornarão filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz brilhar o Sol
tanto sobre os bons como sobre os maus, e faz cair a chuva tanto para os justos
como para os injustos.” (Mateus 5:43-45, BPT). Como? As purificações, as
peregrinações, os impostos, não valia nada? Então e como é que alguém é salvo
se pecar? “Jesus olhou para eles e
garantiu: Isso, de facto, para os homens é impossível, mas para Deus todas as
coisas são possíveis.” (Mateus 19:26, BPT), “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida para resgate de muitos” (Marcos 10:45, BPT).
Maomé mostrava-se inquieto e irritado. Como é que alguém que não era “o”
mensageiro certo lhe podia dizer aquelas coisas? Buda ouvia e por mais passivo
que tentasse ficar, pensava apenas que se o seu esforço não valia de nada,
afinal ele não era o iluminado. Não era o Buda e o seu problema não estava
resolvido. Jesus continuando falou sobre o jejum para dar um toque ao assunto
do Ramadão.: “Quando jejuarem não andem
de cara triste, como as pessoas fingidas, que até desfiguram a cara para toda a
gente ver que andam a jejuar. Garanto-vos que essas pessoas já receberam a sua
recompensa. Mas tu, quando jejuares, lava a cara e penteia-te bem. Deste modo,
ninguém saberá que andas a jejuar, a não ser o teu Pai que está presente sem
ser visto. Ele, que vê tudo o que se passa em segredo, te dará a recompensa.”
(Mateus 6:16-21, BPT). Chegou! Rebentou a bolha! Maomé diz que Jesus não morreu
e que é falso. Mas com amor, Ele respondeu: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos, estende a tua mão e mete-a no
meu peito. Não sejas descrente! Acredita!” (João 20:27, BPT). Foi demais,
Maomé levantou-se, brandiu a espada e saiu irritado a barafustar. Buda também
se levantou, desiludido porque era apenas um homem, centrado nele mesmo e não
nos outros, desapareceu caminhando em silêncio…
Confúcio, que esteve escondido numas rochas ali perto, com Brahman e uma
série de outras personagens, saíram cabisbaixos e silenciosamente. Nenhum tinha
vindo para dar a sua vida, nenhum mostrava tamanho amor…
Enquanto Jesus descansava debaixo da figueira, um grupo de adolescentes
veio ter com Ele. Uns tinham problemas com os pais, outros com álcool, outros
com drogas, outros não sabiam bem o que fazer com situações que envolviam sexo,
outros sentiam-se lixo. Tinham estado escondidos também, atentos à conversa, à
procura de um mestre a quem seguir. “O que temos que fazer para que vivermos
mais às escuras”, Jesus respondeu: “Eu
sou a luz do mundo. Quem me seguir deixa de andar na escuridão e terá a luz da
vida.” (João 8:12, BPT), “Jesus
começou então a ensiná-los desta maneira: felizes os que têm espírito de
pobres, porque é deles o reino dos céus…” (Mateus 5:2,3 BPT)
Ricardo Rosa
in revista BSteen, julho 2017. Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico
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