Sede de algo mais que títulos
Hoje somos continuamente bombardeados com notícias, updades de estados, atualizações de
dados, o que quer que lhe chamemos… é a vida ao limite na era da informação no
imediato.
Isso não será mau de todo, muito embora o reconhecido professor e
consultor Peter Drucker fosse da opinião que “Quanto menos dados precisarmos, melhor a informação”. A ideia de
Drucker partia de um ponto essencial… estamos mais bem informados, se tivermos menos
quantidade de dados a flutuar à nossa volta. Basta a quantidade certa, fulcral
e fundamental. Tudo o resto é “entulho para o cérebro, barulho que vai distrair
o nosso órgão responsável por armazenar e gerir a informação.
O problema é que vivemos em tempos em que a apologia à constante
informação é enorme, isso leva-nos a sentirmos a necessidade de ir atrás da
tendência dos updates, dos refreshs, das novidades recentes. As
redes sociais são hoje em dia o meio por excelência para essa comunicação
vibrante. E com tanta informação a circular, acaba sempre por se gerar a
desinformação. Isto é, aquele tipo de informação que não interessa a ninguém,
porque é falsa, porque induz em erro e porque não acrescenta nada. A isto
chamamos nos meios digitais fake news.
E diariamente, para que essas falsas notícias não proliferem, têm que ser
revistas e triadas por editores e utilizadores de plataformas online.
FALSAS NOTÍCIAS E FALSOS EVANGELHOS
Mas se existem meios para detetar essas notícias falsas, porque é que
elas continuam a existir e até a aumentar? Uma boa analogia que podemos fazer,
é entre as falsas notícias e os falsos evangelhos que são apresentados. Apesar
de termos as ferramentas necessárias para distinguir entre o que é o Evangelho
e o que são réplicas falsificadas (as Sagradas Escrituras e o Espírito Santo — Atos
17:11, Efésios 4:3-5), a verdade é que continuamente existem corrupções do
Evangelho que são trazidas a público e que só podem ser identificadas quando
são comparadas com o que Jesus Cristo anunciou. É de esperar que a
multiplicação do ser humano e o seu consequente crescimento em termos
populacionais, leve a que exista um aumento das possibilidades de encontrarmos
quem apresente um evangelho adulterado. Muitas vezes, isso acontece por
questões de erro de comissão, ou seja, é opção dessa pessoa crer não nas Boas
Novas mas nas falsas notícias que apresenta (Judas 1:4). Noutras situações, são
pessoas que caminham sem conhecimento das Boas Novas e que precisam de as
ouvir, para que optem por viver entre as Boas Novas ou as “Más Antigas”.
Mas o que nos diz isto a nós, enquanto cristãos? Diz-nos que existe quem
tenha uma sede grande de algo, uma sede que vai além de títulos de jornais e
das “gordas” das capas. Têm sede de um fundamento sólido, por isso procuram
insistentemente algo onde se possam fundamentar (Atos 17:27, Romanos 1:20).
Procuram algo que filtre o spam que
lhes enche a vida diária de tristezas, decepções, erros e falsidades. Procuram
algo que não se lhes apresente como um produto ao jeito do time-sharing enganoso.
À PROCURA DA VERDADE
O que se procura é algo que pelo contrário seja verídico, original e
factual. Algo que lhes mate essa sede, que na realidade é uma sede espiritual.
A sede que a mulher samaritana sentia (João 4:15), é aquela sede espiritual que
nos leva a procurar por respostas em todo o lado, mas que só encontra solução
na “rocha fendida” (ou seja, naquela pessoa totalmente íntegra que foi furada e
trespassada, vertendo o sangue que nos salvou) que é Jesus (Êxodo 17:6; João
4:10-14, 7:37).
O caro leitor ou a cara leitora pode questionar, “mas como é que notícias falsas se relacionam com Jesus? O que tem isso
a ver com a informação verdadeira?”. Bom, tudo! Em primeiro lugar, porque a
morte e a ressurreição de Jesus são uma boa notícia que todos precisam de
conhecer (Atos 1:8). Em segundo lugar, porque conhecendo Jesus, passa a
conhecer a Verdade em forma humana (João 14:6) e isso pode efetivamente mudar a
sua vida, e para muito melhor. Em terceiro lugar, porque a sede de conhecimento
ou de informação que pode sentir, pode ser agora saciada com o conhecimento das
Sagradas Escrituras, cujos conteúdos são inspirados por Deus (2ª Timóteo 3:16)
e que transmitem não apenas a Boa Nova de Cristo, mas também dados históricos
da história de Israel, registos genealógicos, diários de viagens missionárias,
etc. E por fim, porque este tipo de notícias não se esgota no tempo. As
Sagradas Escrituras não têm aTualizações, mas são tão novas hoje, como foram na
altura em que foram escritas. Tudo porque Deus é intemporal e isso faz com que
o Seu plano para nós e o Seu meio de nos orientar não tenha necessidade de
sofrer updates no conteúdo.
Em Cristo e no Evangelho, temos uma segurança inabalável de que
descobrimos que alguém deu a Sua vida por nós, porque Deus nos ama de um modo
tão inconcebível, que enviou o que de melhor tem, para recuperar a ligação com
o que de melhor criou, mas que se havia afastado Dele por Lhe ter desobedecido
e não ter confiado Nele (João 3:16, Romanos 3:23,24).
O meu convite para si é este, siga o conselho de John Locke: “Uma coisa é mostrar a um homem que ele está
errado e outra coisa é instruí-lo com a Verdade”. Não se contente mais com fake news.
Jesus Cristo é a Verdade, e traz-lhe Boas (e verdadeiras) Notícias!
Ricardo
Rosa
in revista Novas de Alegria, julho 2017. Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico
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