Faz de conta
O meu filho adora brincar ao faz de conta. Ele faz histórias
com os seus bonecos, outras vezes usa as peças de lego como personagens e
também cria aventuras em “bandas desenhadas”. Gosta de se vestir de cozinheiro,
de rei, e de brincar ao faz de conta, nas suas façanhas cheias de criatividade.
Faz parte e é bom as nossas crianças usarem a sua
imaginação. É saudável. E também nos faz bem a nós, pais, adultos, brincar um
pouco com elas. Mas quando esse faz de conta entra por outros caminhos, lamento,
mas não têm a minha aprovação. Quando querem levar as nossas meninas a fazerem
de conta que são meninos e vice-versa, o caso muda de figura. Ou quando passam
desenhos animados para crianças com 8 anos que têm mais violência do que outra
coisa em canais supostamente para a sua idade. Ou quando estão a jogar um jogo
inocente no nosso telemóvel e aparecem publicidades de sites para adultos.
Como temos vindo a falar, várias são as correntes presentes
naquilo que é apresentado aos nossos filhos. A começar na televisão, passado
pela internet e acabando na escola. E numa sociedade que se diz tolerante e
pluralista, a forma como há manipulação e os interesses económicos suplantam
tudo e todos, não nos deixa dúvidas. Não vamos fazer de conta que está tudo
bem: as nossas crianças precisam da nossa atenção e que como pais as defendamos.
Não é uma questão de colocar os nossos filhos numa redoma,
mas de lutarmos de forma coerente sábia conta os valores e situações que se
levantam contra os princípios da Palavra de Deus, e apresentamos de forma
construtiva alternativas nos locais onde podemos ser de influência. Precisamos
preparar os nossos filhos para a vida real, ensinado com exemplo e a Palavra,
aquilo que Deus deseja (e não deseja) para as suas vidas. E precisamos ir
explicando, conforme a idade, aquilo que é bom ou mau, e porquê.
No corre-corre do dia a dia a que esta sociedade nos leva,
onde o Império da Verba suplanta o Reino do Verbo de Deus, precisamos fazer um
esforço como pais, às vezes colossal devido aos turnos, aos horários rotativos,
etc.: estar cientes do que se passa nas escolas, do programa às atividades, que
tipo de programas e jogos os prendem, etc. Não como polícias, mas como pais
interessados no seu bem. E isso começa desde cedo, desde o berço. São laços que
se criam e que se vão ter que “apertar” ao longo do caminho, quando a vida os
tenta desapertar.
Para este caminho: ore, ore e ore, antes de tudo pelos seus
filhos. Ore por sabedoria (para pais e filhos) e proteção. Ore pelos
professores e auxiliares que lidam com os seus filhos. Ore pelos amigos. Ore
pelos professores da Escola Dominical. Mais importante: ore com os seus filhos.
Apresente aos seus filhos a beleza da Palavra de Deus – hoje há livros para
todas as idades, aplicações com histórias e jogos bíblicos, etc. Passe tempo
com os seus filhos, sem distrações tecnológicas, televisivas ou outras. E…
descubra e aplique vários princípios acerca da educação dos seus filhos na
Palavra de Deus (Deuteronómio 6; Provérbios 1:8-9, 13:24, 22:6, 23:22; Efésios
6:1-4)
Lembre-se: se não acompanhar os seus filhos nem os ajudar,
alguém terá a influência que deve pertencer primariamente aos pais. Deus está
consigo nesta tarefa tão sublime, mas tão importante, sempre.
Ana Ramalho Rosa
in Novas de Alegria, junho 2019
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