"Bom Mestre...."

A resposta à questão que dá título à revista deste mês vem numa interessante conversa registada por três escritores…

“Quando Jesus ir a sair dali um homem correu para ele, ajoelhou-se e fez-lhe esta pergunta: ‘Bom Mestre, que farei para obter a vida eterna?’ ‘Porque me chamas bom?’, perguntou-lhe Jesus. ‘Não há ninguém que seja bom, a não ser Deus’.” (Marcos 10:17-18, OL)¹

Quando Jesus começa a responder a este jovem rico, testando a sua fé, Ele entrega-nos a resposta que procuramos: “Não há ninguém que seja bom, a não ser Deus”. Pode parecer simplista, mas não é… só Deus é realmente bom, 100% bom.

Tudo o que Deus criou neste mundo foi bom (e até muito bom), como nos relatam os primeiros dois capítulos de Génesis. Tiago explica na sua Epístola que “É de Deus que nos vem tudo o que é bom e perfeito. Ele que é o Criador de toda a luz e nele não há sombra, nem mudança.” (Tiago 1:17, OL). Deus é bom, o que Ele faz é bom e a Sua bondade não muda.

Então porquê o mal? As injustiças? Os desastres naturais? As mortes prematuras? É porque, tirando Deus, “não há ninguém que seja bom (…)” (Marcos 10:18, OL). Embora o ser humano tenha sido criado por Deus, e por isso era bom, resolveu ir atrás daquilo que parecia bom, sem respeitar a ordem de Deus e mesmo conhecendo a consequência que teria a sua desobediência.

“A mulher vendo que a árvore era agradável, que o fruto era bom para alimento, belo, fresco e apetecível, e que ainda por cima lhe daria entendimento, chegou-se, apanhou do fruto, começou a comer e ofereceu ao marido que com ela estava, e ele também comeu.” (Génesis 3:6, OL, sublinhado da autora)

Aquilo que parecia bom, afinal não o era. E as consequências passaram por todas as gerações, até aos dias de hoje – consequências morais, espirituais, mas também físicas. O apóstolo Paulo explica “Porque todos pecaram, tendo perdido o direito de acesso à glória de Deus.” (Romanos 3:23, OL) Seja em pensamentos, palavras ou atos, estamos todos no mesmo barco: todos! É por isso que todos falhamos numas ou noutras áreas – e no caminho arrastamos outros com o mal que fazemos. E é por isso que todos precisamos de reconhecer essa condição e aceitar o amor incondicional de Deus e a Sua Salvação transformadora, através de Jesus Cristo. “E pela sua graça, que não merecemos, nos declara justos, pela obra redentora de Jesus Cristo, sem nada pagarmos para dela beneficiarmos.” (Romanos 3:24, OL) “Se alguém está ligado a Cristo transforma-se numa nova criatura; as coisas antigas passaram; tudo nele se fez novo!” (2 Coríntios 5:17, OL)

A própria Natureza sofreu as consequências do pecado humano. Paulo na sua carta à igreja em Roma menciona-o, mas deixa-nos uma palavra de esperança: “Porque sabemos que a própria natureza espera até agora esse tão grande acontecimento, como se estivesse com dores de parto. E até nós, os cristãos, ainda que tenhamos em nós o Espírito Santo como um antegozo dessa glória futura, também como que gememos para ser libertados da dor e do sofrimento. Nós também esperamos ansiosamente por esse dia em que Deus nos concederá, enfim, todos os direitos como seus filhos, incluindo novos corpos. Nós somos salvos em esperança. Quando se está a ver aquilo que se espera isso não é esperança, pois que esperança existe em estar já a ver aquilo que se espera? Mas quando esperamos o que ainda não vemos, esperamo-lo com paciência.” (Romanos 8:22-25, OL)

Até chegar esse dia, para os que estão cansados, desiludidos, magoados, no retorno dos exilados do povo de Israel há um cântico de esperança. A expressão de que certamente Deus “Conforta os que têm o coração quebrantado; ele cura as suas feridas.” (Salmo 147:3, OL). E o convite de Jesus: “Venham a mim todos os que estão cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Levem o meu jugo e aprendam de mim, porque sou brando e humilde, e acharão descanso para as vossas almas; pois só vos imponho cargas suaves e leves.” (Mateus 11:28-30, OL)

Jesus, o Bom Mestre, quer curar as nossas feridas emocionais e espirituais e ajudar-nos a levantar-nos e a seguirmos com Ele, com ajuda do Espírito Santo e da Palavra.

 

Ana R. Rosa 

 

¹ Relato também registado em Mateus 19:16-30 e Lucas 18:18-30

 in revista Novas de Alegria, novembro 2023