“Como o dinheiro agita o cérebro”
O título está entre aspas e convém… afinal, foi “roubado” da capa da revista Visão nº1644. Nessa edição, a revista fala do dinheiro e explica que “A sua influência na química cerebral é tão forte como os efeitos da paixão ou das drogas.”
Se é interessante descobrirmos as explicações da neurociência para a obsessão pelo dinheiro, o modo como as nossas emoções influenciam as compras ou como a riqueza muda os comportamentos (tudo temas da revista editada a 5 de setembro deste ano), mais curioso (para alguns!) será dizer que o tema do dinheiro não é novo e até está bastante bem tratado na Palavra de Deus…
Não
se preocupem… não vou pedir nada a ninguém, a não ser um pouco do vosso tempo e
atenção para as próximas linhas!
Vamos
lembrar as palavras de Jesus “Ninguém pode servir dois patrões: Deus e o
dinheiro. Porque, ao desprezar um, acaba por preferir o outro. Vocês não podem
servir a Deus e ao dinheiro.” (Mateus 6:24-25, OL) É interessante que Jesus
não disse que podemos amar a Deus ou a Satanás…, mas ao dinheiro.
Noutra
tradução “Não podeis servir a Deus e a Mamon.” A página biblia.pt
esclarece-nos que “Na Bíblia, ‘mamom’ é uma referência ao dinheiro ou à
riqueza, que se pode tornar num ídolo para as pessoas. (…) Mamon provavelmente
vem da palavra aramaica mamona (ou do hebraico mamom), que significa ‘dinheiro’,
‘propriedade’, ‘lucro’ ou ‘riqueza’. Originalmente, a palavra tinha um
significado neutro, mas em fontes judaicas posteriores as suas conotações
tornaram-se cada vez mais negativas.”
Na
Sua passagem pela Terra, enquanto ensinava os discípulos, Jesus alertou noutra
ocasião: “(…) não se deixem dominar pela avareza. Porque a vida verdadeira
não está garantida pelos bens que cada um possa ter. (…) louco é quem acumula
riquezas na Terra, mas não é rico em relação a Deus.” (Lucas 12: 15 e 21,
OL) Paulo lembra Timóteo que “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males
e por causa disso já muitos se desviaram do caminho da fé, trazendo às suas
vidas muitas aflições e sofrimentos.” (1 Timóteo 6:10, OL)
Na
edição deste mês falamos sobre misticismo e superstição – e acerca do oculto… E
o que é que isto tem a ver com dinheiro? Tudo… O amor às riquezas (avareza) e o
desejo pelo oculto e pelo sobrenatural são duas faces da mesma moeda. Materialismo
e Misticismo. O coração insatisfeito do Homem procurará sempre algo que o possa
satisfazer…, mas na verdade essa satisfação só pode ser encontrada em Deus.
Voltemos
ao dinheiro, às posses, às coisas… como sabemos se o dinheiro (e não Deus) é o
nosso senhor? Quando o ter é a nossa prioridade desmedida e o próprio Deus é um
meio para obtermos coisas.
Deixem-me
explicar… não é errado termos o necessário para viver dentro das nossas posses,
sendo fiéis com muito ou com pouco. O que é errado é viver para ter, dando
total atenção e primazia ao dinheiro, aos bens, em vez do nosso verdadeiro
tesouro estar no Céu, dependermos e confiarmos na provisão de Deus (como nos
ensina o contexto de Mateus 6), à maneira de Deus (com o nosso trabalho e
esforço e, se necessário, pela generosidade dos nossos irmãos). Tudo o que
temos vem de Deus e deve ser usado para a glória de Deus – o modo como
alcançamos e usamos aquilo que Ele nos dá, incluindo o dinheiro.
O
nosso irmão João, na sua primeira carta, alerta: “Deixem de amar este mundo
mau e tudo quanto ele vos oferece. Porque se amamos o mundo mostramos que não
temos o amor do Pai em nós. Porque tudo isto que existe no mundo, os desejos
corruptos da natureza carnal, a sede de ter o que atrai o olhar, assim como o
orgulho da posse e do poder, não vêm de Deus, mas faz parte da própria vida no
mundo. E este mundo passará, com toda a sua corrupção, mas aquele que faz a
vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:15-17, OL)
Termino
com as palavras do autor da Epístola aos Hebreus: “Fujam do amor ao
dinheiro; contentem-se com o que têm, porque Deus disse: ‘Não te deixarei, nem
te abandonarei.’ É por isso que podemos afirmar com toda a segurança: ‘O Senhor
é aquele que me ajuda. Não terei medo do que o homem me possa fazer.’” (Hebreus
13:5-6, OL)
Ana R. Rosa
in revista Novas de Alegria, novembro 2024
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