Boas “Vibes” ou Boas Notícias? - Seguir o Verdadeiro Evangelho (completo)


Ora bem, estou a tentar escrever este texto há algum tempo e, não sei porquê, nunca fico satisfeito com o resultado.

Mas há coisas que não podemos adiar mais e acabar de escrever é, sem dúvida, uma delas. O problema não é tanto o tema… é mesmo como explicar isto de modo que vos passe o meu feeling sobre o assunto. Eu sei que vibe é uma palavra da malta da minha geração (Millennials) e se tu lês a BSteen, quase de certeza que és Gen Z (quem nasceu entre 1997 e 2010) ou Alpha (quem nasceu de 2010 para a frente). BTW, o meu conselho é que leias este texto com a Bíblia ao lado e vás consultando as passagens que vou deixar por aqui. Pensa nisto como uma viagem até um local que não conheces e que a Bíblia é o GPS que te vai ajudar com as dicas que te dou. Ela diz-te para onde vamos, eu só dou a dica sobre como ela nos ajuda a lá chegar!

 

TÃO DIFERENTES…

O mais certo é ouvires expressões diferentes. Aliás, o mais certo, é que procures experiências diferentes e viver de modo diferente do pessoal da minha idade (já tenho 41 anos, já podia ser pai de muitos leitores da BSteen certamente. Nós, os mais velhos, parece que vos deixámos um mundo um bocado estragado, não? Tipo, a boa vibe que a minha geração procurava, não foi alcançada e não foi passada para as gerações seguintes… Não te aborreças connosco por causa disso. Na verdade, eu até te quero pedir desculpa! Sabes, muitos dos erros que cometemos é porque a dada altura, decidimos (consciente ou inconscientemente) fazer as coisas à nossa maneira e não como Deus sempre nos disse para as fazer. E isto tem muito mais que ver do que com o modo como correm a EBD (Escola Bíblica Dominical) ou as reuniões de jovens. Vai bem além dos artistas gospel ou praise/worship que ouvimos, dos filmes que vemos, livros que lemos e até das figuras de referência.

 

MAS TÃO IGUAIS…

O que é que isso tem que ver convosco? Bom, tudo. Se leres os livros de Josué e Juízes (não são assim tão grandes e valem mesmo a pena), percebes que um dos problemas do povo de Israel, que saiu resgatado de um modo totalmente lit, depois acaba por se tornar totalmente low key no seu relacionamento com Deus, ao ponto de fazerem acordos que não deviam (Josué 9). Não quero dar spoil na história (acredita, se leres vais perceber bem melhor o que quero transmitir), mas depois de perderem as figuras de referência que tinham (Moisés e Arão, Josué e Eleazar) os israelitas começaram com um comportamento bem cringy. Começaram a procurar fazer o que lhes parecia bem (Juízes 21:25) e o comportamento deles afastou-se totalmente daquilo que era a base de todas as bases para um relacionamento brutal (no bom sentido) com Deus (Êxodo 20:1-17).

Voltando um pouco atrás no meu raciocínio, quando eu digo que a minha geração vos passou um mundo um bocado estragado, é porque nós também nos queixámos do que os boomers (a malta que nasceu entre 1945 e 1964, tipo os avós ou até mesmo bisavós de algum pessoal da tua idade) nos deixaram. Mas se passarmos o tempo todo a queixar-nos do que vem de trás e não corrigirmos o que devemos, a culpa toda vai ser de Adão e Eva, que lá no Jardim do Éden decidiram cancelar-se mutuamente (Génesis 3).

 

FOMO

Provavelmente já deste de caras com o FOMO. Aliás, quem nunca deu, que se acuse (duvido que alguém levante a mão). O fear of missing out (medo de ficar de fora) tem marcado muito as gerações atuais e até as anteriores. É um problema que nasce connosco. E está ligado a outro problema que existe, que é o pecado. E desse mal, toda a gente sofre (Romanos 3:23-24).

Da minha geração para a tua, houve uma falha na passagem do testemunho que nunca devia ter acontecido: não vos ensinámos devidamente a viver, valorizar e desfrutar do Evangelho. Passámos apenas noções e algumas coisas que acabam por aumentar o FOMO. Tipo, não fui ao evento X, FOMO. Não estive no retiro H, FOMO. O nosso FOMO, passou a ser o vosso FOMO, apenas com mudança de idade, linguagem, roupa e referências.

TBH, eventos são importantes, mas não são mais importantes do que o caminho que se faz com Jesus, todos os dias da nossa vida. Não é à toa que Jesus diz que é o caminho (João 14:6). Não se trata de um tópico tipo Mandalorian e do credo dele, o “this is the way”. Na verdade, Aquele que é o caminho, explica que é o caminho não para algo que não compreendamos, mas para alguém. Alguém que quer ter um relacionamento connosco, que nos ama imenso (1 João 3:1), que tem um propósito para toda e qualquer vida (Salmo 134:1-17) e um destino final sem igual (João 14:2).

 

BASED

Parece que só te estou a dar más notícias, não é? Bom, é aqui que mudamos um bocado o que quero dizer. O grande objetivo da vida com Deus não é GOAT, é ser santo (Deuteronómio 7:6, 28:9; Efésios 1:4; Hebreus 6:1-3, 9-12;1 Pedro 2:9) e com uma missão específica (Mateus 28:19). A ideia é que sejas verdadeiramente cristão, no cap e que não haja blue pills ou black pills no meio. Eu já te deixei a dica sobre como ser santo, para ser cristão é basicamente ir ao mini-manual que está dentro da Bíblia (Deuteronómio 5:1-21; Mateus 5-7; Gálatas 5:22-25; Efésios 6:10-18) e procurar todos os dias um relacionamento mais íntimo com o Espírito Santo (Atos 1:8, 4:31, 11:16; Romanos 5:5; 15:13; 1 Coríntios 6:19; Efésios 6:18; 2 Timóteo 1:14), com a Igreja (Colossenses 1:18; Hebreus 10:25) e viver de modo a que sejamos nós a influenciar o mundo, em vez de ser o mundo a ditar-nos quem somos (1 Pedro 3:15).     

No fim do dia, trata-se de seres verdadeiramente original e fazer a escolha certa. E essa escolha é Jesus. No cap fam!

 

Ricardo Rosa

 

PS: Toda a gíria em itálico pode ser descodificada aqui: https://promova.com/pt/blog/gen-z-vocabulary


in revista BSteen, março 2025

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