O resto… é circo! (Novas de Alegria)

Photo by Mark Williams on Unsplash

Nesta época de Natal, é já “tradição” aparecer na TV o Festival Internacional de Circo de Monte Carlo. Malabaristas que desafiam a gravidade, contorcionistas, palhaços, acrobatas, ilusionistas, etc. Ir ao circo é ir assistir a um espetáculo – neste caso, com performances originais e fantásticas, que fazem a audiência vibrar, aplaudir, rir…

Mas… o que é que isto tem a ver com Deus? E com a igreja? Na verdade, não tem nada a ver, mas tem tudo a ver. Confusos? Vou explicar…Ao olhar para a realidade atual, alguém disse “O púlpito não é palco, a igreja não é circo, o pastor não é palhaço, a pregação não é mensagem de autoajuda, o culto não é uma discoteca, o louvor não é um espetáculo, Cristo não é o génio da lâmpada mágica e o Evangelho não é dinheiro.”

Termos pregadores dinâmicos é bom; um ambiente de liberdade no Espírito e de louvor genuíno a Deus é essencial. A Palavra ser pregada contextualizada, de forma que responda às necessidades do momento em que vivemos é ótimo. Orarmos crendo que Jesus tem poder para transformar vidas, curar pessoas, batizar com o Seu Espírito, usar-nos com os dons, dar-nos o que precisamos para viver, e guiar-nos… é fundamental! 

Mas… a igreja local não é uma produtora de espetáculos, onde o público vai para ser entretido. É um organismo vivo que existe para dar glória a Deus. Não é um clube. onde há uma elite que domina. É um corpo onde cada membro importa e tem a sua função. Não é uma agência de recrutamento que vai buscar o talento a outros sítios, mas são seguidores de Cristo que dão testemunho, evangelizam e fazem missão onde ainda a mensagem do Evangelho não chegou. Não é um hotel onde se vai passar férias. É uma família de pessoas nascidas de novo, que estão em comunhão, unidas para os bons e os maus momentos.

Ao lermos Atos 2:42-47 percebemos como era a primeira igreja. Quando estudamos o Novo Testamento descobrimos como a igreja local deve viver e vamos medir o que vês hoje, por aí, pela Bíblia (em todas as áreas). Não precisamos inventar nem copiar ideias que parecem top mas não são de cima, do Céu. Quando nos afastamos dos padrões bíblicos do que é e como deve agir por princípio a igreja local, e optamos por copiar modelos artificiais, ocos, humanistas, egocêntricos erramos o alvo, desviamo-nos do caminho e levamos outros a fazer o mesmo. A igreja precisa estar no meio da sociedade, mas não ser uma cópia da sociedade. Transformar-se no que Deus deseja, mas não ganhar a forma do mundo. Porque a Igreja não é minha, não é tua. Não é dependente de likes, reposts, do hype, do fixe, do top. Tudo isso é nada - é vaidade, hoje está lá e amanhã desaparece -, comparado com o preço que ela custou. Porque a Igreja é de Jesus, Aquele que deu a vida por ela.... Ele é que sabe. O resto...  é circo.

“E vocês, maridos, amem as vossas mulheres da mesma forma que Cristo amou a igreja e deu a sua vida por ela, para a tornar santa e pura, pela ação da sua palavra que, como água, a lava, a fim de poder trazê-la para junto de si, sem uma nódoa, sem uma ruga, sem qualquer defeito, mas irrepreensível, santa, gloriosa.” (Efésios 5:25-27, OL)

“Uma igreja que só tenha entretenimento para oferecer, deve orar pedindo a Deus que nunca abra um circo do seu lado.” Alan Basílio   

Ana R. Rosa

in Novas de Alegria, dezembro 2021

Comentários