"A verdade é um bem público"

É com este subtítulo que uma das grandes publicações da nossa praça se apresenta. Sem rodeios, afirmar que a verdade é algo que é público, ou seja, que pertence à população, que deve ser do conhecimento de todos ou que deve estar ao alcance de todos, é sem dúvida sublinhar o que é correto.

Nunca a sociedade portuguesa precisou desta certeza. Nos tempos que vivemos, onde, cada vez mais, a sociedade tem menos certezas, sublinhar que a verdade existe e que deve estar ao alcance de todos é de louvar. Não porque acreditemos numa verdade relativa, porque não cremos. Acreditamos que existe apenas uma verdade e essa verdade é a pessoa de Jesus Cristo (conforme João 14:6). E o facto de verdadeira Verdade (passe o pleonasmo) estar a uma oração de distância, é magnífico. Não é uma verdade decretada por seres falíveis, mas por um ser inigualável, sem princípio nem fim, sem falhas e que nos ama por inteiro. É uma verdade refletida nas Sagradas Escrituras, que viveu, comeu, bebeu, respirou, morreu e ressuscitou. Não é um conceito, uma ideia abstrata ou uma teoria social. Jesus Cristo, a Verdade vinda do Pai, está ao dispor da sociedade. Ele veio com uma missão específica: levar-nos a uma relação sem igual com quem nos ama desmedidamente.



Jesus está ao alcance de todos, independentemente do estatuto social, da tradição religiosa em que se cresce, do cadastro, dos vícios e hábitos, das posições políticas ou gostos culturais. Jesus nunca se escondeu de quem O procurava. Entrou na casa de pecadores e de religiosos supostamente impecáveis. Anunciou o Evangelho tanto em casas, como nas sinagogas ou em locais públicos sem paredes. Jesus sempre esteve ao alcance da sociedade, de quem O rodeava. Leprosos, oficiais militares estrangeiros, líderes religiosos, funcionários do "Estado" que cobravam impostos em demasia... todo um conjunto de pessoas da sociedade da época. E continua a estar disponível para quem O procura nos dias de hoje.

Mudam-se os tempos, mudam-se as sociedades, mas não muda o profundo amor de Jesus por todos os que Dele precisam. E aí não há quem possa dizer: “estou bem sem Ele” ou “a mim não faz falta”. Porque todos temos um pedaço no interior, maior ou menor, mais ou menos escondido, que só é plenamente preenchido por Deus, através da morte e ressurreição de Jesus da Nazaré, que é a manifestação mais fantástica do que é ser algo bom para todos os que habitam à face da Terra. É isso que constatamos ao ler João 3:16. Um “louco amor” (como escreve Francis Chan), que se entrega por querer o bem de quem lhe falha e vira costas.

Quando Jesus nos desafia, dizendo "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mateus 11:28), é algo que não deve ser encarado como apenas um convite. Jesus mostra-se disponível para todas as pessoas. Porque Nele, não há raça, etnia ou qualquer indicador social que nos exclua. Todos somos importantes para Jesus!

Se queremos uma sociedade rendida a Cristo, precisamos de O anunciar como um bem (algo de valor positivo) público (que não está restrito a um grupo, mas disponível para todos).

Ricardo Rosa

in Novas de Alegria, março 2019

Comentários