Judas dá cartas
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| Photo by Samantha Hentosh on Unsplash |
1 – Podemos querer fazer algo importante, mas Deus pode orientar-nos para algo ainda mais importante.
Foi o que aconteceu com Judas. Inicialmente, o que ele desejava fazer era escrever uma carta sobre a salvação, mas sentiu-se “levado a encorajar-vos a combaterem pela fé que foi dada de uma vez para sempre aos santos” (v.1, OL). Judas queria escrever sobre um assunto importante. A salvação! Provavelmente, dos assuntos mais importantes que podemos ler na Bíblia, senão o mais importante. Mas naquela altura, Judas sentiu-se dirigido pelo Espírito Santo a escrever sobre o Evangelho (no contexto correto, é o que significa a expressão “fé que foi dada de uma vez para sempre aos santos”). A obediência a Deus não tem só a ver com não fazer coisas erradas. É muitas vezes o fazer aquilo que Deus quer que façamos, ainda que para isso tenhamos de abrir mão de algo. Judas abriu mão da ideia que tinha e escreveu uma carta que mesmo pequena e muitas vezes ignorada, é tão importante para nós, que está na Bíblia para que a possamos ler e aprender com ela;
2 – Aqueles que creem e depois se afastam da fé cristã, acabam por morrer duas vezes.
O que é que isto quer dizer? Que morrem e ressuscitam, para morrer novamente? Não. Como lemos em João 5:24, aqueles que ouvem o Evangelho, se arrependem dos seus pecados (erros, más ações) e creem em Deus, passam da morte para a vida (Efésios 2:1, Romanos 8:13). Da morte espiritual para a vida espiritual. Quando o coração não bombear mais sangue, os pulmões não fizerem mais trocas gasosas e o cérebro não emitir e receber impulsos, continuam vivos na eternidade. A menos que no seu percurso de vida, tenham optado por se afastar Dele. O que quer dizer isso? Que “saltar fora do barco”, leva a que nos afastemos da vida eterna e passemos a estar novamente mortos espiritualmente. Judas avisa contra este perigo. Diz mesmo que as pessoas que o fazem são “como nuvens que não dão chuva, que os ventos empurram de um lado para o outro. São como árvores sem folhas e que nenhum fruto apresentam, e que se tornam assim completamente mortas porque lhes morreram as raízes” (v.12b. OL). No que toca à fé, não dá para fazer check-out e check-in conforme se queira ou andar ao sabor das marés. E muito menos de soundbytes. É preciso sermos constantes e persistentes;
3 – Quem vive para causar divisões pode estar cheio, mas não é do Espírito Santo.
Hoje, é facílimo vermos gente decidir criar fações ou separações nas igrejas, seja lá por que motivo for. Aliás, não é uma questão apenas de hoje. Já vem de há cerca de dois mil anos e é um dos motivos pelos quais Judas nos alerta. Pedro também o fez e escreveu mesmo: “Entre o povo judeu também houve falsos profetas, tal como no vosso meio também haverá falsos mestres que, com habilidade, introduzirão doutrinas erradas e devastadoras, voltando-se contra o Senhor que pagou o preço da sua salvação” (2 Pedro 2:1, OL). Infelizmente, há quem opte por não querer trabalhar em conjunto e querer levar a sua avante. Mesmo estando errados, preferem continuar errados, a mudar de caminho. Isso é má ideia. Mais que má. Quando se vai por esse caminho, dá-se lugar ao egoísmo, não “ouvem” Deus falar com elas e não vivem com sabedoria vinda de Deus, mas com qualquer outra coisa que de divina não tem nada e só causa discussões, rivalidades e divisões.
4 – Uma das nossas missões é construir em conjunto e de modo bom!
Os últimos 5 versículos desta carta são extremamente importantes. Porquê? Porque Judas termina a carta com uma palavra de encorajamento e louvor a Deus. Somos encorajados a manter a fé e permanecer fiéis a Jesus, a orar e confiar no poder do Espírito Santo, a sermos obedientes a Deus e amarmo-nos uns aos outros e a darmos glória a Deus. Só assim vamos construir em conjunto e de modo que agrade a Deus, que seja bom para nós e que dê bom testemunho.
Não é uma carta fácil de digerir. Obriga-nos a pensar e a refletir no que fazemos e porque o fazemos. É extremamente fácil cair na ideia de querer tudo ao nosso gosto. Vivemos na geração “i” – “eu”. Julgamos que estamos no centro de tudo. Nada como pensar no que o autor da carta aos Hebreus nos deixa como conselho:
“Mantenhamos firmemente a nossa esperança, porque Deus é fiel e nada falhará ao que promete. Procuremos desenvolver entre nós o amor fraternal e estimulemo-nos a fazer o bem. Não descuidemos a nossa participação na comunidade dos crentes, como muitos fazem. Pelo contrário, animemo-nos uns aos outros, tanto mais que vemos aproximar-se o grande momento da sua segunda vinda.” (Hebreus 10:23-25, OL)
Ricardo Mendes Rosa
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