O risco...

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Imagina-te de mochila às costas, forçado a deixar a tua terra, porque a tropa de um país estrangeiro invadiu o teu? 

E não, não estou a falar da guerra que no final de fevereiro explodiu na Europa. Pior do que fugires para um terceiro país que está a acolher refugiados, foste levado para a capital e vais ser criado (escravo!) na casa de um dos generais mais importantes do País. O que farias? Como agirias?

Aconteceu…. há muito séculos. Não sabemos o seu nome, mas era uma adolescente, talvez. Era escrava e servia na casa de um herói nacional sírio, e ele estava doente – era leproso. O que fez aquela menina que sabia de um homem, um profeta, que era conhecido pelos milagres que Deus fazia através dele? 

Ao ver o sofrimento daquela família, ela falou-lhes desse homem. O nome do profeta era Eliseu. O do general era Naamã. O da rapariga... não sabemos. O Rei da Síria escreveu ao Rei de Israel, pedindo que ajudassem o homem forte do seu exército e fosse curado daquela doença incurável. Se não te lembras do resto da história, podes ler em 2 Reis 5:1-19. Apesar de inicialmente não querer seguir a “receita” que o profeta Eliseu lhe deu, Naamã obedeceu e o milagre aconteceu: foi curado de lepra!

A rapariga poderia ter ficado calada e não correr riscos. Imagina se Naamã simplesmente recusasse ouvi-la? Se a cura não viesse a acontecer? Se Eliseu viesse a ser preso no processo? Era muito arriscado, sendo ela uma escrava. O facto é que não teve medo e, por causa da sua coragem, Naamã foi curado e reconheceu “Agora sei que em todo o mundo não há um verdadeiro Deus senão em Israel.” (v.15, OL)

Por vezes pode parecer arriscado dizermos aos nossos amigos que Deus pode mudar a vida deles, curá-los, etc. Podemos ter medo de ser o gozo da turma, que façam de nós “palhaços” nas redes sociais... enfim. Mas, se não falarmos quando eles estão a passar por um mau bocado, se nos calarmos quando os vemos tristes ou desiludidos, quem irá falar?

É verdade que, acima de tudo e em primeiro, devemos “falar” com a nossa vida – o modo como vivemos, falamos, reagimos e “postamos” – e mostrar-lhes Jesus, mas, como aquela adolescente, precisamos ser testemunhas daquilo que Deus pode fazer nas vidas dos que O abraçarem de corpo e alma, arrependidos do caminho errado que têm levado, desejosos de um novo caminho. 

Mas a nossa coragem não vai lá apenas pela nossa força. E mesmo que o nosso nome não fique registado, o mandamento de Jesus ainda é o mesmo: “Mas receberão poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até aos lugares mais distantes do mundo.” (Atos 1:8, BPT) É o Seu nome (não o nosso) que precisa ser conhecido!

Ana R. Rosa


in BSteen, maio 2022

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