Prémios de consolação?

Foto de RODNAE Productions

Dá-se aos miúdos para não se sentirem melindrados – os prémios e medalhas de consolação. O problema é quando os miúdos crescem e acham que têm sempre direito às medalhas… (Na verdade, não gosto muito da ideia das medalhas de mérito que se dá aos mais novos pelas notas e não pelo desenvolvimento e progressão, mas avancemos…)

Os concursos dão prémios. Estes não são para todos. É óbvio... Mas alguns artistas têm-se queixado de que 'eles também mereciam' ganhar qualquer coisa nesta ou naquela competição. Talvez seja resultado de uma sociedade em que não se ensina de pequenos a lidar com frustrações... Ou não...  Um atleta prepara-se anos a fio para uma prova e vence essa prova – é normal que ele ganhe a medalha de ouro. É mesmo assim…

Os prémios são como os títulos: efémeros. Hoje somos os melhores, amanhã chega alguém melhor do que nós e, mesmo sem querer, muitos vão esquecer-nos (quem não aparece, esquece!). Esta época ganhou o campeonato a equipa x, para o ano ganha a y. E assim, sucessivamente.

E o nosso relacionamento com Deus? Será que somos filhos de Deus pelos nossos méritos? Que Ele nos ama mais pelo que fazemos? Pelas horas de oração? O número de vezes que lemos a Bíblia? O valor das nossas ofertas para ajudar os mais necessitados ou as missões? As horas que servimos na igreja? Todas estas coisas são válidas e importantes, mas são a consequência da nossa salvação pela graça, por meio da fé em Jesus, e consequente restabelecimento do nosso relacionamento com Deus, rompido pelo pecado.

Deus ama-nos não por mérito nosso, mas pela Sua graça. O Seu amor não é um prémio pelo nosso bom comportamento, por sabermos toda a Bíblia de cor, ou por nos esgotarmos a querer fazer para que Ele olhe para nós. Nada disso.

“Porque pela sua graça é que somos salvos, por meio da fé que temos em Cristo. Portanto, a salvação não é algo que se possa adquirir pelos nossos próprios meios: é uma dádiva de Deus. Não é uma recompensa pelas nossas boas obras. Ninguém pode reclamar mérito algum nisso. Somos a obra-prima de Deus. Ele criou-nos de novo em Cristo Jesus, para que possamos realizar todas as boas obras que planeou para nós.” (Efésio 2:8-10, OL)

A nossa obediência e procura de excelência no serviço não o são por medo, mas por amor. Nada que façamos nos tornará mais merecedores do Seu amor... ou menos. Ele não muda de humor nem de amor porque Ele é amor.

E o prémio? É para todos... Todos os que querem estar com Ele aqui e na Eternidade. A Sua presença eterna é o prémio. Ele é o prémio.

“Não vi qualquer templo na cidade. O Senhor Deus, o Todo-Poderoso e o Cordeiro é que são o seu templo. A cidade também não precisa do Sol ou da Lua para a alumiar. A glória de Deus ilumina-a e a sua lâmpada é o Cordeiro. As nações caminharão à luz daquela cidade e os reis da Terra hão de levar-lhe o seu esplendor. As portas da cidade nunca se hão de fechar, porque nela não haverá noite. E ela há de receber o esplendor e a honra das nações. Nela não entrará nada de indigno nem adoradores de falsos deuses, nem mentirosos. Só lá entrarão os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.” (Apocalipse 21:22-27, BPT)

 

Ana R. Rosa

in Novas de Alegria, outubro 2022