Queremos ser "fixes" ou ser discípulos de Jesus?


A nossa vida é um espelho da pessoa a quem seguimos - e servir Jesus nem sempre é ser "fixe"... ou Ele não nos avisaria que iríamos sofrer perseguição, lutas e provas.

Durante a Sua passagem por esta Terra, Jesus teve muita gente que O seguia porque Ele era “fixe”: curava pessoas, estava com aqueles que muitas vezes eram desprezados, e até dava “almoços à borla”. Claro que naquele tempo não se usavam o termos “fixe” ou “top”, mas as multidões (estamos a falar de mais de 5000 pessoas só de uma vez) andavam atrás de Jesus. Queriam ver e experimentar os Seus milagres… até que um dia, Ele deu uma pregação que já não era assim tão “fixe”: eles seguiam Jesus e a Sua vontade ou queriam apenas os benefícios? No final dessa mensagem, a maioria da multidão deixou-O… exceto os 12 discípulos. Podes ler estes episódios em João, no capítulo 6.

Sabes, hoje as pessoas não são muito diferentes. Queremos seguir um Jesus “fixe” que faz as nossas vontades e seguirmos ao sabor das nossas emoções, levando o Jesus “fixe” a reboque. E quando as coisas não são assim tão “fixes”, damos “corda aos sapatos”. Não, não fomos "feitos para sofrer”, mas no meio dos sofrimentos, lutas e incompreensões normais desta vida, Ele ajuda-nos e está connosco. Ser "fixe" muda como as ondas do mar - hoje és o maior... amanhã nem por isso. Por outro lado, ser discípulo de Jesus é ter a certeza de que mesmo na pior tempestade Ele nunca nos abandona. É estar certo que Ele está sempre certo - mesmo que digam que para seres "fixe" deves agir ao contrário daquilo que Jesus te pede.

Seguir Jesus e não é andar segundo uma moda ou pessoa... "fixe". É saber que és filho de Deus não porque mereces ou és mais "fixe" que os outros... mas pela Sua graça. É saber que pertences a um corpo chamado igreja em que o único que merece ser exaltado e levantado é Jesus. É teres cuidado com os outros e seres cuidadoso contigo porque o que te importa é dar glória a Jesus - e não seres "fixe".

A única coisa que precisamos fazer é fixar os nossos olhos em Jesus. Porque hoje, mais do que nunca, os nossos olhos são bombardeados por aquilo que parece ser bom e agradável - pela perceção sedutora do que é "fixe". Importa o fruto, ou seja, o nosso caráter transformado pelo Espírito Santo a cada dia e não apenas as folhas, ou seja, a aparência de árvore, linda e verdejante, mas que não dá fruto, por isso não serve no pomar que é a Igreja, onde não apenas deves parecer, mas ser. Não apenas dizer ou estar no meio daqueles que seguem Jesus, mas mostrar pelas tuas atitudes que O segues. Caráter mais do qualquer outra coisa... "fixe".

Ele disse: "Nem todos os que falam como se fossem gente religiosa o são verdadeiramente. Eles podem chamar-me 'Senhor mas nem por isso entrarão no céu. Porque o que importa é saber se obedecem ao meu Pai do céu ou não. No dia do juízo muitos me dirão: 'Senhor, Senhor, fizemos em teu nome pregações inspiradas, e servimo-nos do teu nome para expulsar demónios e para operar muitos outros milagres. Mas responderei: 'Nunca vos conheci. Vão-se embora porque as vossas obras são ruins. Todos os que escutam as minhas palavras e as seguem são sábios, como o homem que constrói a sua casa sobre uma rocha sólida. Pode a chuva cair em bátegas, podem vir enchentes, os ventos tempestuosos embater na casa, que ela não desabará, porque se encontra edificada sobre a rocha. Mas quem ouve as minhas palavras e as despreza é insensato, como aquele que constrói a sua casa sobre a areia. Pois, quando vierem as chuvas e as enchentes, quando a ventania se abater sobre a sua casa, esta desabará inteiramente." (Mateus 7:21,24, OL)

Ana Ramalho Rosa

in BSteen, setembro 2020

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