A vacina da discórdia (Novas de Alegria)

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Há mais ou menos um ano ouvíamos falar de um vírus que aparecia na China e se espalhou por todo o mundo – ao ponto de o parar. Durante meses orámos para que Deus usasse os cientistas e investigadores para trazerem uma solução – uma vacina e medicação. Entretanto, várias soluções de vacina apareceram. Muitas pessoas ficaram com medo não da doença, mas da vacina. 

Não sou cientista, e não é este o espaço para debatermos o assunto, mas a realidade é que o surgimento das vacinas ao longo da história tem permitido que vivamos mais tempo que os nossos tetravós. As vacinas ajudam a prevenir doenças e evitam mesmo a morte de muitas pessoas – mesmo tendo contraindicações ou efeitos secundários como, aliás, praticamente todos os tratamentos.

E se houvesse uma vacina mais importante, poderosa e eficaz do que qualquer outra? Existe. Não é injetável nem se dá “em gotas”, mas está acessível e é recomendável. É a vacina da Palavra de Deus. Ao estudarmos a Bíblia (de Génesis a Apocalipse) e as doutrinas da Bíblia (ou seja, as verdades fundamentais que a Palavra de Deus contém e que nos ajudam a saber no que acreditamos e porque acreditamos) estamos a criar defesas. A vacina é dada onde? Na Escola Dominical, nas reuniões de ensino, através de currículos e cursos, em pequenos grupos, mas também lendo bons livros, e sempre lendo a Palavra de Deus e orando para que Ele nos ajude a compreendê-la.

Defende-nos dos vírus das heresias, dá-nos defesas para todos os ataques do inimigo e previne que nos deixemos levar pelas nossas inclinações, dominadas pelo ‘eu’. Quando somos tentados, tal como Jesus quando foi tentado, temos a Palavra de Deus para nos ajudar a resistir. Se no nosso coração o desejo por algo ultrapassa os limites e os princípios que Deus deixou para nós, a Palavra de Deus funciona como um alerta para nos fazer travar. Quando ouvirmos ou lemos algo relacionado com Deus ou Jesus e com a Palavra de Deus, conhecendo-a, podemos comparar com o que está escrito e ver se está correto. Assim, se algo não bater certo, pomos para o lado. Os judeus que viviam em Bereia deixam-nos o exemplo. “Os judeus dali eram mais bem formados do que os de Tessalónica, pois receberam a mensagem com muito boa vontade, e todos os dias estudavam a Sagrada Escritura para verem se o que Paulo dizia era mesmo assim.”
 (Atos 17:11, BPT)

A verdade é que há pessoas que por vezes não usam esta vacina tal e qual. As embalagens são as mesmas mas colocam lá dentro outra coisa, ou fazem misturas da vacina com outras coisas. Isto é perigoso porque podemos ficar sem proteção e ter alguma reação alérgica. Pedro aconselha: “desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo, se é que já provastes que o Senhor é benigno.” (1 Pedro 2:2-3) Falsificamos a Palavra quando a misturamos ou substituímos por outras coisas como o egocentrismo e o humanismo, que colocam o nosso ‘eu’ e vontade do centro substituindo Deus, ou ensinos heréticos muitas vezes baseados em versículos tirados do contexto ou não tendo em conta todas as partes da Bíblia que falam desse tema.

Outro perigo são as vozes antivacina que nos querem convencer de que não precisamos estudar a Bíblia regularmente… Concorde-se ou não com o que a Bíblia diz, por maior discórdia que levantem as suas histórias ou os seus princípios, “toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16-17)

Previne-te com uma dose diária da Palavra de Deus, e com reforços regulares de aprendizagem na tua igreja local e através de outros meios. E se, mesmo assim, ficares doente? Na próxima edição vamos falar disso.

 Ana Ramalho Rosa

in Novas de Alegria, fevereiro 2021 

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