“Um, dois, três…”


Era uma miúda, uma adolescente, quando a televisão pública transmitiu pela primeira vez o concurso que viria a marcar uma época; o Um, Dois, Três.

O interessante neste concurso era o facto dos concorrentes terem de recusar um dos três objetos que os personagens, cantores e outros intervenientes iam trazendo. Eles tinham de estar atentos a todos os detalhes, às pistas que os atores iam deixando, às conversas com o apresentador, para poderem rejeitar o objeto que parecia menos interessante… até ficarem com um só objeto que dava a dica para o prémio final. Este concurso já não existe, mas a notícia é que o desafio que ele apresentava nunca deixou de existir. Verdade! Aliás, já existia, mesmo antes de ser transmitido na televisão, no século passado.

Sim! Escolher é algo que sempre fez parte da história da Humanidade, desde o princípio. Deus deu-nos essa capacidade, o livre arbítrio, a possibilidade de decidirmos por nós mesmos o que queremos e como queremos. Há escolhas mais simples de se fazer, é certo. Escolher a cor de um automóvel ou o padrão dos cortinados novos para a sala, mas não é desse tipo de escolhas que quero falar.

Eva e Adão fizeram uma escolha que teria repercussões para o futuro da raça humana. Decidiram provar o fruto que Deus tinha dito ser proibido. E a partir daí todos ficámos condenados a ficarmos longe de Deus – o pecado invadiu a nossa vida, como um tsunami que deturpou toda a criação de Deus.

Caim escolheu assassinar o seu irmão, por inveja. Simplesmente porque Deus tinha gostado mais da forma como Abel Lhe prestara adoração. David optou por enfrentar Golias. Mesmo se o guerreiro filisteu tinha o dobro (ou mais!) da sua altura, David escolheu confiar em Deus. Paulo, por opção própria, deixou o jet-set religioso da época (fariseus) e dedicou a sua vida e talentos à Causa de Cristo, a quem ele perseguira.

E Jesus? Jesus decidiu nascer, viver como homem de uma família humilde, e ainda mais importante, morrer pelos nossos pecados, deixando a Glória do Céu… por nós. E Ele não deixou o trabalho a meio. Ele ressuscitou e garantiu a vitória sobre o pecado e a morte, que Adão e Eva tinham feito entrar na Humanidade.

Ele veio para que pudéssemos ter acesso ao Pai. Como Ele mesmo disse: “Sou eu o caminho. Sim, e a verdade e a vida. Ninguém pode chegar ao Pai sem ser através de mim.” (João 14:6, OL) O facto é que Deus continua disponível para nos ajudar, para nos ouvir e para responder, para nos orientar em tudo. Seja qual for a nossa idade, a nossa experiência de vida ou de vida cristã, devemos ser como meninos e escutar a voz do nosso Pai celestial. Ele escuta, aconselha e ajuda.

Agora, escolha de Jesus põe diante de nós uma decisão. “Deus amou tanto o mundo que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. Deus não mandou o seu Filho para condenar o mundo, mas para o salvar. Para os que confiam nele como Salvador não há condenação eterna. Mas os que não confiam nele já estão julgados e condenados, por não crerem no Filho único de Deus.” (João 3: 16-18 OL)

Esta decisão que precisamos fazer tem a ver não apenas com o aqui e agora, mas também com a eternidade. É uma escolha prioritária, porque todas as nossas outras opções assentam nessa decisão. Não é uma “caixinha” à parte nos assuntos da vida, mas o pano de fundo onde tudo o resto precisa acontecer.

Um, dois, três… Ore, pense e escolha Jesus.

Ana Ramalho Rosa

In Novas de Alegria, abril 2021 

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