Refúgio

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Como uma cidade há muito sitiada

Rostos ausentes, no mar da migração

A violência súbita

Pôs termo, sem responsabilidade

No auge angustiante, da firme decisão

 

Armas mil, do frio, num tom cinzento

Em dó maior

Que ferem o coração

E no rio correm lágrimas

De dor e consternação

 

Caio em mim e olho para dentro

Emboscada, quase fui com o vento

E vivo este dissabor

E na minha luta

Relutante e temerosa

Encontrei abrigo e força

 

Foi no Teu abrigo, Meu refúgio

Que achei paz

Segurança, restauração

Porque não há igual lugar

Do que o Teu

 

Onde Tu estás sou salva

Do ‘eu’ teimoso

Da dor atroz

Do inquieto dissabor

 

Sem Ti sou alma vazia

Mas contigo, Meu refúgio

Tenho paz

Segurança, restauração

 

E se me via

Como cidade destroçada

Invadida

Hoje vejo-me

Como filha restaurada

Salvação imerecida.

 

Contigo, Meu refúgio

 

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.

Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares.

Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.”

(Salmo 46:1-3, ACF)

 

Ana R. Rosa

in Novas de Alegria, junho 2022

 

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